777 Partners escondeu prejuízo bilionário na época da compra do Vasco

A compra da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Vasco pela 777 Partners, dos Estados Unidos, hoje se converteu em uma guerra judicial, com diversas trocas de acusação entre as duas partes.

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Quando a aquisição foi sacramentada, porém, em setembro de 2022, o clima era de festa, com todos os envolvidos buscando destacar o grande patrimônio da nova investidora do Gigante da Colina, que geria outros clubes ao redor do planeta e ainda possuía negócios variados, incluindo uma companhia aérea.


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O Vasco parecia haver tirado a sorte grande, estando pronto para deixar para trás o período de sofrimento, marcado por dívidas e sucessivos rebaixamentos no Brasileirão da Série A.

O que ninguém comentou na época é que a situação da 777 Partners talvez não fosse tão boa quanto aparentava. A Máquina do Esporte teve acesso a um balanço da empresa, com resultados relativos a setembro de 2022, mês em que o contrato com o Vasco foi assinado.

O grupo norte-americano comprometeu-se a adquirir 70% das ações da SAF vascaína, pelo valor total de R$ 700 milhões. No acordo de acionistas firmado com o Vasco, a 777 se comprometia a realizar uma série de investimentos que incluíam a reforma de modernização do Centro de Treinamento (CT) e ainda injetar dinheiro em contratações e salários de jogadores.



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A meta era de que, a partir de 2025, o Vasco passasse a figurar entre os cinco maiores orçamentos do futebol brasileiro. Para atingir esses objetivos, seriam necessárias grandes somas em dinheiro.

O balanço indica, porém, que talvez a investidora não tivesse pernas para concretizar esse desafio. O documento mostra que, em setembro de 2022, a 777 apresentou um prejuízo operacional acima dos US$ 562 milhões. Pela cotação da época, o montante ultrapassava R$ 3 bilhões, o que representa três vezes o valor de mercado da SAF do Vasco, que era de R$ 1 bilhão (o clube associativo detém 30% das ações).

Due diligence

Ao mesmo tempo em que a empresa não alardeou esse prejuízo, o Vasco também não fez questão de exigir, naquele período, informações detalhadas sobre a saúde financeira da 777 Partners.

Em entrevista concedida nesta semana à Máquina do Esporte, o vice-presidente jurídico do clube, Felipe Carregal, explicou que o contrato de venda da SAF sequer obrigava a investidora a apresentar garantias financeiras (o que ele disse considerar uma falha do acordo) de que teria condições de arcar com os compromissos assumidos.

Um dado curioso na história é que, para que o negócio fosse fechado, foi contratada uma due diligence realizada pela empresa de auditoria KPMG.

Esse procedimento tem o objetivo de avaliar eventuais riscos e oportunidades em uma negociação. A KPMG deu parecer favorável à venda do controle da SAF para a 777 Partners.

A Máquina do Esporte apurou que atualmente a empresa de auditoria move uma ação contra a SAF do Vasco, na Justiça de São Paulo, em que cobra em torno de R$ 6 milhões relativos a “honorários de sucesso”, por conta da venda haver se concretizado.

Essa quantia equivale a 3% do total pago pela 777 Partners, nos dois aportes realizados por ela na SAF.

Em entrevista concedida no mês passado à Vasco TV, Carregal chegou a mencionar a existência do processo de cobrança, mas sem citar nominalmente a KPMG.

A empresa de auditoria foi procurada pela reportagem, para se manifestar a respeito da due diligence e da ação de cobrança movida contra a SAF do Vasco.

“A KPMG no Brasil informa que, por motivos de cláusulas de sigilo e regras da profissão, está impedida de se manifestar sobre casos envolvendo clientes ou ex-clientes da firma”, afirmou a companhia, por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa.

A Máquina do Esporte tentou contato com Jorge Salgado, presidente do Vasco à época em que a venda de 70% da SAF do clube à 777 foi firmada. Até o fechamento desta matéria, porém, ele não havia retornado.

A 777 Partners foi procurada, mas também não se manifestou. O espaço segue aberto, caso o dirigente e a empresa desejem se posicionar a respeito desse caso.

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Balanço a que a Máquina do Esporte teve acesso mostra que saúde financeira da empresa já não ia bem quando aquisição da SAF foi assinada
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