A gangorra do esporte americano

O Oakland Athletics teve um público de 13.522 espectadores na sua estreia em casa na temporada 2024 da Major League Baseball (MLB). Alguns dias depois, um vexame ainda maior: apenas 3.387 pessoas em um jogo disputado em uma sexta-feira no Coliseum. Para se ter uma ideia, quase duas décadas atrás, mais precisamente em 2005, o time da Califórnia atraiu mais de 44 mil torcedores para o primeiro jogo em seu estádio naquela temporada.

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É verdade que o Athletics, também conhecido como A’s, deve se mudar para Las Vegas em 2028. Mas, até lá, o que faz a liga? Com a comunidade local desconectada, um dono desinteressado e um estádio caindo aos pedaços, a expectativa dos especialistas é de uma média de cerca de 7 mil torcedores por jogo este ano.


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Situação parecida vive o Tampa Bay Rays, que até teve um bom desempenho na temporada passada, mas terminou entre as cinco piores médias de público em 2023. Para piorar, o Rays chegou a ter menos de 20 mil torcedores em um jogo de playoff na última temporada. Enquanto alguns dirigentes defendem um novo estádio como a solução, outros acreditam ser mais provável que a franquia acabe em outra cidade.

Há quem diga que a decadência do beisebol é inevitável, mas a MLB teve um aumento de público na última temporada. Um problema como esse dificilmente tem origem em um só fator. É claro que o interesse dos torcedores diminui com um desempenho ruim, com um estádio malconservado e com uma mudança de cidade iminente. Donos desinteressados podem fazer um estrago e tanto na imagem da liga. E até a forma de disputa da liga pode ser colocada entre os fatores, já que a ausência de rebaixamento torna as consequências das derrotas muito brandas.

Em dois casos parecidos nos últimos anos, a Major League Soccer (MLS) reagiu rapidamente e deixou algumas lições importantes. Quando o Chivas USA sofria com resultados ruins e a indiferença dos torcedores da Califórnia, a liga comprou a franquia de volta e a transformou em um dos projetos de maior sucesso dos últimos anos no esporte americano, o Los Angeles FC. E quando a ida do Crew de Columbus para Austin provocou reação em todo o país, a liga manteve o time em Ohio e criou uma nova franquia para a cidade texana. Os dois times ganharam três edições da MLS Cup nos últimos quatro anos (Columbus Crew em 2020 e 2023, Los Angeles FC em 2022).



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Os frutos do crescimento sólido do futebol nos EUA, ainda que longe de ser meteórico, são bem claros. Acho sempre interessante observar quando os sinais começam a vir de fora da bolha. Estive esses dias numa Apple Store porque minha mulher precisava consertar o celular dela. Durante as quase duas horas que passamos por lá, uma tela mostrava lances da MLS sem parar e chamava atenção para a transmissão dos jogos pela Apple TV+. Além de ser uma marca com muita força, a Apple tem 270 lojas só nos EUA.

Outro exemplo veio do Instagram, quando vi um post patrocinado na minha timeline que anunciava a venda de uma camiseta do Manchester City pela Old Navy, marca que tem mais de mil lojas em todo o país. Isso aconteceu na semana em que a FC Series anunciou quatro jogos do Manchester City para o próximo verão americano: contra o Celtic Glasgow, em Chapel Hill; contra o Milan, em Nova York; contra o Barcelona, em Orlando; e contra o Chelsea, em Columbus. Todos os estádios têm capacidade para mais de 45 mil torcedores.

A gente é tão acostumado com o sucesso no esporte americano que é difícil imaginar que existam histórias que não sejam apenas positivas. Mas os acontecimentos das últimas semanas servem para mostrar como esse mercado é dinâmico e que as mudanças estão acontecendo diante dos nossos olhos.

Sergio Patrick é especializado em comunicação corporativa e escreve mensalmente na Máquina do Esporte

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A gente é tão acostumado com o sucesso no esporte americano que é difícil imaginar que existam histórias que não sejam apenas positivas; os acontecimentos das últimas semanas, porém, servem para mostrar como esse mercado é dinâmico e que as mudanças estão acontecendo diante dos nossos olhos
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