Após perder seus astros, Ligue 1 alcança pior acordo de direitos de transmissão em 19 anos

A novela em torno dos direitos domésticos de transmissão da Ligue 1 chegou ao fim. Neste domingo (14), ficou definido que DAZN e BeIN Sports irão partilhar o Campeonato Francês, pela quantia de € 500 milhões anuais, o equivalente a quase R$ 3 bilhões pela cotação atual, e será válido por cinco anos, para o ciclo que vai de 2024 a 2029.

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O valor pode parecer significativo, quando pensamos a partir dos padrões vigentes na América do Sul, inclusive no Brasil. Mas estão bem abaixo do montante de receitas que a Ligue 1 já conseguiu movimentar em seus contratos de mídia.


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Na verdade, o contrato com DAZN (de € 400 milhões) e BeIN (€ 100 milhões) representa o pior acordo de direitos de transmissão fechado pela Ligue 1 em 19 anos, ficando € 100 milhões abaixo do obtido no ciclo de 2005 a 2008.

Em comparação ao período iniciado em 2021 e encerrado neste ano, a queda anual nas receitas de TV da Ligue 1 será de € 124 milhões. Abaixo, estão os valores dos últimos acordos firmados pela competição, desde 2004/2005:

As razões para a desvalorização da Ligue 1

A queda nos valores alcançados pela Ligue 1 no novo acordo de direitos domésticos de transmissão pode ser explicada por alguns fatores. Assim como as principais competições esportivas do mundo, o Campeonato Francês também foi abalado pela pandemia da Covid-19.



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Depois de registrar valor recorde de € 726,5 milhões, no ciclo de 2016 a 2020 (com Canal+ e BeIN), a Ligue 1 amargou uma perda de € 76,5 milhões no acordo firmado a partir de 2020.

Esse contrato, de € 650 milhões ao ano, foi firmado pela Ligue 1 com Canal+, Mediapro e Free e teve apenas um ano de duração.

Em 2021, já com os estádios reabertos e os campeonatos sendo retomados, a Ligue 1 precisou realizar uma licitação emergencial de direitos de mídia, para cobrir a saída da Mediapro, que estava afundada em uma grave crise.

O novo contrato resultou em mais perda de dinheiro, com o faturamento anual passando a ser de € 624 milhões. Dessa forma, no ciclo 2021/2024, a competição foi transmitida por Canal+, BeIN, Amazon Prime e Free.

Desde a pandemia, algumas competições europeias têm encontrado dificuldades em avançar em seus acordos de direitos de transmissão, sobretudo porque grupos de mídia tradicionais, que passaram a sofrer concorrência cada vez mais forte do streaming e de outras plataformas, já não se mostram dispostos a gastar quantias astronômicas nesse tipo de propriedade.

Um dos fatores que mais afetaram o preço dos direitos de transmissão da Ligue 1 foi a decisão do Canal+, principal emissora de TV da França, de deixar a mesa de negociação, ainda no ano passado, frustrando os planos da Liga Francesa de Futebol Profissional (LFP) de faturar € 1 bilhão em mídia, a partir do ciclo 2024/2029.

Esse montante incluiria os direitos internacionais da Ligue 1, que também ficarão bem abaixo do esperado, neste novo período, perfazendo a quantia de € 160 milhões anuais.

Liga sem estrelas

Se, por um lado, grupos tradicionais de mídia se mostram mais receosos em investir fortunas na compra de direitos de transmissão, é fato que, nos dias atuais, a Ligue 1 já não conta com um elenco tão estelar desfilando em seus gramados.

Na década passada, quando fechou seu maior acordo doméstico de direitos de transmissão, o Campeonato Francês da primeira divisão contava com ídolos como o Neymar, Cavani, Di María e Kylian Mbappé, todos atuando em um PSG turbinado pelos investimentos da família real do Catar, país que sediaria a Copa do Mundo de 2022.

No ano de 2018, impulsionada com investimentos da Mediapro, a LFP chegou a faturar € 1,153 bilhão com os direitos da Ligue 1 (domésticos e internacionais), sendo que a emissora espanhola pagava € 780 milhões pela competição.

Em 2021, um ano antes do Mundial, Lionel Messi, um dos principais ídolos do futebol no planeta, foi contratado pelo clube, ajudando a atrair ainda mais as atenções para a competição. Porém, nessa época os direitos da Ligue 1 já apresentavam tendência de queda, devido à pandemia.

A partir de meados do ano passado, o futebol francês passou a sofrer forte debandada, com as saídas de seus dois principais ídolos, Messi e Neymar, que foram jogar, respectivamente, no Inter Miami (dos Estados Unidos) e no Al-Hilal (da Arábia Saudita).

A partir do segundo semestre de 2024, a Ligue 1 deixa de contar com sua principal estrela, Mbappé, que acaba de ser contratado pelo Real Madrid, em mais um duro golpe, que deverá afetar ainda mais a atratividade da competição.

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Competição, que chegou ter nomes como Neymar, Messi, Mbappé, Di María e Cavani, hoje vende suas transmissões por quantias menores que em 2005
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