Na última semana, autoridades responsáveis pelo Prêmio Nobel da Paz abriram uma investigação sobre o volume atípico de apostas online registradas poucas horas antes do anúncio da vencedora de 2025, María Corina Machado, líder opositora ao governo de Nicolás Maduro, na Venezuela.
De acordo com informações divulgadas pela imprensa local, a atividade irregular foi detectada na plataforma Polymarket, sugerindo uma possível fuga de informações confidenciais do comitê do Nobel, algo considerado “extremamente incomum” na história da premiação, conforme reportagem do SBC Noticias.

O que se sabe sobre a suspeita de apostas do Nobel da Paz 2025
Os registros mostram que, após a meia-noite de quinta-feira (horário local da Noruega), as apostas em favor de Machado saltaram de 3,75% para mais de 70% em menos de duas horas, coincidindo com o período das deliberações finais do comitê. Às 10h50, o Instituto Nobel confirmou oficialmente o reconhecimento da venezuelana “por seu ativismo democrático diante do regime autoritário de Nicolás Maduro”, tornando-se a primeira venezuelana a receber o Nobel da Paz.
Logo após o anúncio, os jornais Aftenposten e Finansavisen noticiaram movimentos anômalos nos mercados de apostas ligados ao prêmio. Até então, as favoritas eram Yulia Navalnaya, viúva do opositor russo Alexei Navalny, e o ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Em poucas horas, Machado saltou da terceira posição para a liderança absoluta — uma variação estatisticamente improvável sem informação privilegiada.
O diretor do Instituto Nobel, Kristian Berg Harpviken, declarou à Bloomberg que se trata de “um caso grave”. “Parece que fomos vítimas de um ator criminoso que tentou lucrar com informações nossas”, afirmou. Ele acrescentou que, embora ainda seja cedo para confirmar uma violação, “tudo indica que será aberta uma investigação formal”.
Já Jørgen Watne Frydnes, presidente do comitê do Nobel, reforçou que o grupo “costuma ser muito eficaz em manter seus segredos”, mencionando os rígidos protocolos de confidencialidade mantidos há mais de 50 anos.
Na Polymarket, um mercado descentralizado de previsões operado com criptomoedas, alguns usuários chegaram a lucrar até 65 mil dólares apostando em Machado. Um dos perfis vencedores, segundo o Finansavisen, foi criado no mesmo dia da aposta, o que reforça a suspeita de que houve uso de informação privilegiada para ganho financeiro.
A Polymarket, sediada nos Estados Unidos, é conhecida por permitir apostas em eventos políticos e sociais, especialmente ligados à política norte-americana. Embora se apresente como uma plataforma de “previsões sobre o futuro”, a falta de regulação e a influência de rumores frequentemente geram distorções de mercado e dilemas éticos.
Apostas eleitorais são proibidas no Brasil
Em 2024, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) oficializou a proibição de apostas relacionadas aos resultados das eleições municipais no país. A proposta da presidente da Corte, Cármen Lúcia, foi aprovada por unanimidade no Plenário, com o objetivo de ter “um pleito seguro”, de acordo com a ministra.
Não havia, até o momento, qualquer regulamentação específica sobre apostas eleitorais. Desde então, a prática de apostas eleitorais poderia configurar ilícito eleitoral, por ser considerada abuso de poder econômico e captação ilícita de votos de acordo com o artigo 7° da Resolução TSE n° 23.735.
Caso o responsável esteja concorrendo a algum cargo, poderá ser punido com a perda de mandatos eletivos e também com inelegibilidade por oito anos. Além disso, ofertar prêmios, realizar sorteios para propaganda ou aliciar eleitores poderá levar à punição de seis meses a um ano de reclusão.
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