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A decisão já estava sacramentada desde julho do ano passado, quando, 13 dias após a conquista do título da temporada 2023/2024 da National Basketball Association (NBA), os donos do Boston Celtics anunciaram, utilizando inclusive as redes sociais da equipe, que a franquia seria colocada à venda.
Mesmo com o martelo tendo sido batido há tanto tempo, a venda da equipe, que deixará de pertencer à Boston Basketball Partners LLC, balançou o mercado esportivo, por conta dos valores que deverá movimentar.
No ano passado, a expectativa dos proprietários era de alcançar US$ 5 bilhões com o negócio, tendo em vista que o Boston Celtics estava avaliado em US$ 4,7 bilhões.
No fim das contas, porém, o time acabou sendo vendido ao Symphony Technology (grupo de private equity sediado na Califórnia) por US$ 6,1 bilhões (mais de R$ 34 bilhões, pela cotação atual). A transação foi oficializada nesta quinta-feira (20).
Tomando-se por base as recentes negociações de Sociedades Anônimas de Futebol (SAFs) ocorridas no país, o preço do Boston Celtics supera, com folga, a soma de todos os times da Série A do Brasileirão.
Os números não são impressionantes apenas para o mercado brasileiro. O atual campeão da NBA (e visto como um dos favoritos para ficar com o título neste ano) protagonizou a venda mais cara da história do esporte nos Estados Unidos.
O Boston Celtics superou o Washington Commanders, da National Football League (NFL), principal liga esportiva norte-americana. A equipe de futebol americano havia sido vendida em 2023 a um grupo encabeçado pelo bilionário Josh Harris e que tem o ídolo do Los Angeles Lakers Magic Johnson como sócio, em negócio que movimentou US$ 6,05 bilhões.
Segundo a mais recente avaliação feita pela Forbes, o Boston Celtics é a quarta franquia mais valiosa da NBA. A primeira do ranking é o Golden State Warriors, cotado pela revista de negócios em mais de US$ 8 bilhões.
Como valorização das franquias afeta expansão da NBA?
A venda do Boston Celtics por valores recordes ocorre no momento em que a NBA debate a expansão no número de franquias, que passaria a valer a partir da temporada 2027/2028.
Hoje, cada equipe é dona de 3,3% da liga, compartilhando uma soma equivalente das receitas obtidas pela competição. Um fator que sempre atravancava as discussões sobre a inclusão de novas franquias era o temor dos times atuais, de sofrerem uma diluição em seu faturamento.
Mas, desde o fim da pandemia, os preços de mercado dos times da NBA dispararam. Apenas em 2023, os valores médios aumentaram em 35%, de acordo com a Forbes.
Para se ter uma ideia do que representa essa valorização, em 2010, quando Michael Jordan resolveu assumir o controle do Charlotte Hornets, o ex-jogador desembolsou US$ 275 milhões. No ano passado, ao vender sua participação majoritária na franquia (da qual ele segue como sócio minoritário) para o consórcio Dyal HomeCourt Partners, liderado por Gabe Plotkin e Rick Schnall, o astro faturou US$ 3 bilhões.
O próprio Boston Celtics é outro exemplo notório dessa valorização das franquias. Quando seus donos atuais o adquiriram, em 2002, pagaram a quantia de US$ 360 milhões. Com a negociação anunciada nesta semana, eles receberão 16,9 vezes o valor investido (ou 1.594%).
O aumento do valor de mercado das franquias e dos preços praticados nas negociações concretas tem ajudado a derrubar a resistência dos demais proprietários da NBA, em relação à inclusão de novos times na liga.
No ano passado, quando a venda do Boston Celtics ainda era discutida, a expectativa da mídia esportiva dos Estados Unidos, tomada com base nos valores ventilados à época, era de que a inclusão de duas novas franquias na NBA renderia uma taxa de expansão de US$ 10 bilhões.
Essa quantia é paga pelos investidores para poderem ingressar na liga, com o valor sendo rateado entre os times já existentes, como forma de compensá-los pela diluição das receitas que passará a existir.
Com a quantia real alcançada na negociação envolvendo o Boston Celtics, a tendência é de que a taxa para entrada de duas novas equipes na NBA a partir da temporada 2027/2028 possa ultrapassar, com folga, a previsão inicial de US$ 10 bilhões.
Vale lembrar que o negócio não é estanque. Ainda que, à primeira vista possa ocorrer uma diluição nas receitas, por conta da chegada de novas equipes, em longo prazo a liga como um todo tende a faturar muito mais, uma vez que passará a atingir audiências em novos mercados, além de ampliar as possibilidades de ganhar dinheiro com bilheteria e venda de produtos licenciados.
Dessa forma, todas as franquias poderão faturar muito mais, ainda que tenham direito a uma relativamente menor do bolo.
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Soma bilionária, que supera valor de todos os clubes da Série A do Brasileirão, representa o ápice em uma forte tendência de valorização da liga de basquete
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