Como a Fórmula 1 se reinventou com a “creator economy”?

Carros e pilotos espetaculares, ídolos reverenciados e corridas empolgantes com transmissões em tempo real. Tudo isso coloca a Fórmula 1 entre os eventos de entretenimento mais populares do mundo atualmente. Mais do que uma competição esportiva, a principal categoria do automobilismo mundial é uma plataforma de negócios e vitrine global para as marcas. Afinal, são mais de meio bilhão de pessoas acompanhando as corridas e movimentando bilhões de dólares anualmente.

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Em meio a toda essa magnitude de escala global, podemos dizer que alguns fatores, externos à transmissão das corridas, ajudaram a dar um boom na F1 nos últimos anos, como as séries via plataformas de streaming que mostram os bastidores das provas e aproximam a categoria do público, entre elas “Drive to Survive”, da Netflix, e “Grand Prix Driver”, do Amazon Prime Video. E também o crescimento da “creator economy”, com influenciadores cobrindo e reverberando esse universo do esporte.


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É um consenso que os “creators” mudaram a relação entre os fãs e o esporte, transformando as modalidades em eventos e trazendo uma proximidade e uma conexão mais profundas entre os públicos. Porém, essa realidade não era vista com frequência na Fórmula 1, pois as redes sociais eram pouco utilizadas e nem mesmo equipes e pilotos podiam publicar vídeos de dentro dos autódromos em seus perfis.

Este cenário mudou em 2017, quando os direitos comerciais da categoria foram vendidos para o grupo norte-americano Liberty Media, que vem introduzindo uma nova política de comunicação e marketing. Atualmente, o conteúdo divulgado pelas plataformas é diversificado, passando por curiosidades e informações sobre o esporte, bastidores das corridas e treinos, e até vídeos dos pilotos em momentos descontraídos. Essa nova realidade gera engajamento entre o público e conversa com novos espectadores, estimulando uma renovação desse público, alcançando os mais jovens.

A presença digital da Fórmula 1 cresceu 80% somando-se todas as redes. Apenas no Instagram, o perfil oficial da F1 já possui quase 32 milhões de seguidores e é a categoria com maior taxa de crescimento nos últimos cinco anos.



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As mudanças nas redes sociais deram aos fãs um canal direto de comunicação com seus pilotos e escuderias favoritas, uma chance de ver seus heróis como pessoas reais. Sob o mesmo ponto de vista, o digital se tornou uma fonte geradora de negócios tanto para pilotos como para equipes e abriu oportunidades para a cobertura de influenciadores e experiências com marcas. É fato que a cobertura realizada por “creators” não é uma novidade, mas a cada nova oportunidade fica ainda mais evidente que hoje não existe mais um evento de sucesso, seja musical, cultural ou esportivo, sem considerarmos a presença de criadores de conteúdo.

As redes sociais permitem um alcance exponencial e impactam milhões de pessoas, que, assim, conseguem acompanhar a competição da própria casa por meio do universo digital. Essa movimentação criou, inclusive, uma oportunidade de crescimento para perfis como o Paddock Club, perfil oficial que mostra os bastidores glamourosos da F1 e leva influenciadores e celebridades internacionais para as corridas.

Os holofotes das redes sociais e dos influenciadores reforçaram a necessidade das marcas em estarem presentes. Vimos essa movimentação no início deste mês, na disputa do Grande Prêmio Lenovo de São Paulo, que contou com 12 marcas patrocinadoras: Porto, Raízen, Claro, Qore DTVM, Mubadala, American Express, Heineken, Lenovo, McDonald’s, Gerdau, Embratel e Prevent Senior.

Os fãs do esporte e entusiastas da Fórmula 1 puderam conferir diversas ações e experiências dentro e fora das pistas. O Grupo BR Media participou de algumas ativações junto de marcas como o Mercado Livre, que gerou diversas ativações com seus consumidores, como um circuito de cupons no Parque Ibirapuera, em São Paulo (SP), que contou com a presença de influenciadores como Manu Louise, Mateus Verdelho, Lay, Gabriela Rippi e Yann Rodrigues, entre outros. Nomes como Gabriel Rocha e Thiago Mansur estiveram presentes no espaço do McDonald’s, e o influenciador Jorginho também esteve cobrindo o GP a convite da Heineken. Para fechar, ainda teremos a série “Senna”, que falará sobre a vida e a carreira de Ayrton Senna, com estreia na próxima sexta-feira (29), na Netflix.

Nos últimos anos, a Fórmula 1 percorreu um longo caminho de transformação e reinvenção, especialmente em sua estratégia de marketing digital. Toda essa mobilização positiva dando voz para o mercado dos criadores não é algo novo, mas reforça que as oportunidades para o empreendedorismo digital são inúmeras.

É gratificante ver o crescimento da nossa indústria de marketing de influência e ter ainda mais clareza de que ela não tem barreiras ou fronteiras: seja no esporte, na cultura ou na música, ainda temos muito espaço para crescer e nos reinventar, se for preciso.

Bruno Ranieri é head de esportes do Grupo BR Media e atua há 19 anos no desenvolvimento de negócios no universo esportivo ajudando marcas a se conectarem com o esporte e terem eficiência com a gestão dos seus patrocínios, como na Copa do Mundo do Brasil 2014 com a Hyundai e nos Jogos Olímpicos Rio 2016 e na Conmebol Libertadores entre 2015 e 2018 com a Bridgestone. Ele ainda liderou a estratégia de monetização da Conmebol Libertadores e da Uefa Champions League no Facebook Watch em 2019 e, em seguida, juntou-se à LiveMode, colaborando, entre outros trabalhos, para a criação da Cazé TV na Copa do Mundo do Catar 2022 e o patrocínio do Itaú na Copa do Mundo Fifa Feminina 2023

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Nos últimos anos, a F1 percorreu um longo caminho de transformação e reinvenção, especialmente em sua estratégia de marketing digital; toda essa mobilização positiva dando voz para o mercado dos criadores não é algo novo, mas reforça que as oportunidades para o empreendedorismo digital são inúmeras
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