Os norte-americanos realmente sabem entreter seu público. Nos últimos meses, uma “microtendência” específica tem dominado os intervalos esportivos por lá: as corridas de corgi. São dezenas de cães competindo em pistas improvisadas, apresentação individual, narrador e “troféu” no final, tudo desenhado para virar vídeo curto, altamente compartilhável e perfeito para TikTok, Reels e telões de estádio, como este vídeo aqui, postado pela própria NFL na semana passada, que já alcançou quase 900 mil visualizações.
Intervalos sempre foram palco de atrações por lá: cheerleaders, atrações musicais e até de mágica são comuns, mas o diferencial dessa “novidade” talvez seja a combinação entre fofura e competição. A corrida no fim das contas cria uma certa expectativa e, principalmente, gera um tipo de conteúdo que o público quer gravar e repostar espontaneamente.
Times da NFL e do futebol americano universitário já adotaram a brincadeira. Em 2024, o Carolina Panthers usou a Corgi Cup para gerar engajamento e abrir votação via SMS para captação de dados, com 32% dos participantes aceitando receber comunicações futuras. A ação ainda distribuiu cupons para o e-commerce da franquia.
Em alguns casos, o formato saiu de algo pontual e tomou uma forma mais estruturada, como com o San Francisco 49ers, que fez uma competição com semanas de duração e até sistema de chaveamento (veja aqui).
Já o Detroit Lions levou o modelo para o campo comercial, já que a corrida passou a ser patrocinada pela Pet Supplies Plus, parceira do clube em ações de adoção de cães e dona dos naming rights (sim, exatamente isso) da prova no Ford Field, e que deu como prêmio ao ganhador um cartão presente de US$ 500 na loja oficial (veja mais).
Parte da força da “trend” também vem da escolha do protagonista. O corgi virou um raça “pop”: símbolo cultural associado à realeza britânica e ao apelo visual explosivo nas redes, corpo comprido e pernas curtas, podendo ser carinhosamente apelidado de “cachorro rebaixado”.
Se fosse necessário resumir em algumas palavras o que se pode tirar disso, elas seriam: entretenimento, conteúdo, competição, engajamento e comercialização. E tudo isso em uma corrida de cachorros.
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Iniciativa foi desenhada para virar vídeo curto, altamente compartilhável e perfeito para TikTok, Reels e telões de estádio
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