Dia 2, dia de #NoDiscrimination. Ou sim.

Babbo, neste diário que faço aqui do Mundo para contar como será a nossa Copa para você que está aí em cima, quero dizer que, às vezes, a espécie humana mostra evolução. Quando ela é mais humana do que uma espécie.

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Como era de se esperar, e sem espernear: a Fifa proibiu a tarja de capitão “One Love” de apoio à comunidade LGBTQIA+ que seria usada por Inglaterra, Alemanha, Holanda, Bélgica, País de Gales, Dinamarca e Suíça no Mundial. Em vez da mensagem que é humana, e não política, as equipes podiam usar a oficial sugerida pela dona da coisa toda: “Futebol Une o Mundo”. Estamos vendo…


ReadyNow

Usaram mesmo a hashtag #NoDiscrimination. É isso.

“Sem discriminação”. Claro.

A hashtag “NoHypocrisy” ainda está sendo estudada pelo comitê organizador da Copa no Catar. Mais Catar do que Copa.



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Mas o que se viu no braço de Harry Kane foi NO DISCRIMINATION.

Mensagem passada.

Como a dos atletas do Irã que não cantaram o hino nacional, e depois confraternizaram com as mulheres iranianas presentes na arquibancada, e que há décadas (COM TODO O RESPEITO QUE AS AUTORITÁRIAS AUTORIDADES NO IRÃ NÃO TÊM) são desrespeitadas no país.

INGLATERRA 6 X 2 IRÃ (Meu palpite era 2 x 1…)

A Inglaterra inventou o futebol em 1863. E depois não soube muito bem o que fazer com ele. Como você corneteava muito o English Team, Babbo. Mas eles reiventaram o próprio jogo com a Premier League, a partir de 1992. E tem sido o grande futebol do mundo nos últimos 10 anos depois de sua partida, pai. Investindo nesse período em desenvolver seus talentos. E os frutos têm sido o quarto lugar em 2018. O vice europeu em 2021. E a melhor geração desde o título mundial de 1966.

Gente jovem e talentosa como sempre foi Bellingham (candidatíssimo a melhor “revelação” da Copa). Aos 34min10s apareceu voando na área (como bem destacou Maurício Noriega na ótima transmissão do Everaldo Marques, no SporTV), e fez de cabeça o 1 a 0, aproveitando cruzamento de Luke Shaw.

Até então não havia tido jogo. Numa infelicidade, numa trombada com companheiro, o bom goleiro Beiranvand acabou saindo, depois de mais de 10 minutos de atendimento. Ele atuou apenas por 19, somando tudo. O 5-4-1 iraniano foi aguentando o 4-2-3-1 inglês que tinha dificultades. O ótimo Saka, em excelente fase pelo Arsenal, criava na direita. Mas Kane saía demais da área. Sterling, discreto. Mount amuado com uma montanha de rivais em cima dele.

Chances inglesas eram apenas três. Duas com Maguire. Até uma bola na trave. E um pênalti que podia ter sido marcado nele, aos 3.

Jogo estranho. Até que esse menino Bellingham abriu a porteira, como se diz lá na sua velha Tambaú. Derrubando os ônibus do Irã à frente da área. Como se fosse, a partir de então, um patriota do caminhão pregado no vidro da frente, sendo levado pelo truck inglês.

Algo que, Babbo, honestamente não tem como te explicar aí em cima. Mesmo.

Os Ingleses invadiram o Irã. Aos 42min47s, belo gol de voleio de Saka, aproveitando passe de cabeça de Maguire!? Sim. Creia, Babbo. Ele estava muito bem no jogo. Um dos mais criticados nomes da lista de Southgate.

Aos 45min16s, no único contragolpe inglês, 3 a 0. Serviço de Kane para Sterling.

Virou três. Acabou seis.

O Irã fez três mudanças no intervalo. Atuou no 4-1-4-1 na segunda etapa. Melhorou um tanto. Até pelo ritmo dosado pelos ingleses. Mas o quarto foi inglês. Saka, em jogada de Sterling, aos 16min27s.

O ótimo Taremi diminuiu com belo gol, talvez o mais bonito, aos 19min34s. Bela enfiada de Gholizadeh – e a desatenção usual de Maguire…

Southgate resolveu poupar titulares e apostar em reservas que têm bola para serem titulares. Como Rashford, que recebeu de Kane na primeira bola e ampliou, aos 25min52s.

Os três de armação foram substituídos por Rashford na ponta-direita no lugar de Saka, Foden (discretissimo) substituindo Mount, e o aceso Grealish por Sterling, na esquerda.

O Irã até melhorou. Mas a Inglaterra foi seminal. Três chances na segunda etapa, três gols. Aos 44min01, Grealish fez 6 a 1 no passe do discutível Callum Wilson. Na sequência, Pickford salvou gol certo em outra indecisão defensiva inglesa. Castigada pelo pênalti de Stones. Convertido por Taremi, aos 57min20s.

Aproveitamento absurdo inglês: nove chances e seis gols. Horroroso do Irã que tomou em um jogo o que sofrera de gols em duas Copas passadas. Mesmo marcando quase os mesmos três gols que anotara em seis jogos, em 2014 e 2018.

CHANCES DE GOL – PRIMEIRO TEMPO: 6 x 0 INGLATERRA.

SEGUNDO TEMPO: 4 X 3 IRÃ

PLACAR MORAL: 9 X 4 INGLATERRA

ESQUEMAS – INGLATERRA (4-2-3-1) x IRÃ (5-4-1 e 4-1-4-1)

O CARA – Bellingham, nota 8

O JOGO – Nota 7 (INGLATERRA, nota 8 x 4, nota IRÃ)

HOLANDA 2 X 0 SENEGAL (meu palpite era 1 x 0 Holanda…)

Com menos de 20 minutos, Babbo, a Holanda tentava honrar aquela que vimos juntos em 1974. Ao menos em ideia. Não na prática. Longe disso. Chegou duas vezes com perigo à meta de Senegal que sentia demais a ausência do craque Mané. Mas que tentava jogo, mesmo assim.

Sem Depay (atacante com mais participações ofensivas nas Eliminatórias europeias, com 12 gols e 8 assistências em 10 jogos), Janssen sofria um pouco no pivô, e o time, com ele. Mas a pretensão ofensiva histórica é louvável. Como dizia Cruyff, “em todos os campos, a vocação do nosso país é atacar, ser ousado”. E foi. De Ligt saiu bastante pela direita, em parceria com Dumfries, e com o apoio do cada vez melhor Gakpo e até Berghuis.

Mas falta mais contundência e qualidade ao ataque holandês. O que facilitou o trabalho do campeão africano no primeiro tempo de poucas oportunidades. As equipes voltaram iguais naquele jogo digno pós-almoço de segunda-feira, Babbo. Naquela hora que você costumava tirar uma soneca. Confesso que quase dorrmi na redação da TNT Sports. Mas é preciso ser bravo.

(E confessar que dormi por 11 minutos mesmo no intervalo…)

Gakpo seguiu bem no jogo, dando opção pela direita. Mas fora bolas cruzadas na área senegalesa, pouco se viu de bom.

(Nem mesmo a camisa da Holanda está maravilhosa como de costume…).

Depay então veio a campo, aos 16. Ele não estava 100%. Por isso entrou depois. E, na sequência, Noppert (o mais alto atleta da história das Copas, com 2m03), fez a primeira boa defesa em lance perigoso de Senagal, em boa virada de Dia. Aos 27, Gaye quase abriu o placar. Mas havia impedimento no lance.

A Holanda piorou a performance a cada minuto. Estava pregada fisicamente. Dando campo e bola a Senegal que sentiu ainda mais a ausência de Mané na metade final do segundo tempo de um jogo que, no final, dava para vencer.

E dá mesmo para esquecer.

Babbo, você certamente dormiria desde o final do primeiro tempo. A Laranja acabou no bagaço.

Ou só acordaria na dormida do supervalorizado Mendy, aos 38min47s. De Jong (o melhor em campo) jogou a bola na cabeça e Gakpo se antecipou.

Um a zero. E foi goleada. 

Mas acabaria 2 a 0, com nova falha de Mendy, e gol de Klaasen, aos 53min18s, largando uma bola defensável para um goleiro do bom nível dele. Não do excepcional como tentam vender.

De um jogo que acabou bom. Mas esteve longe do potencial das duas seleções.

CHANCES DE GOL – PRIMEIRO TEMPO: 3 x 0 HOLANDA.

SEGUNDO TEMPO: 3 x 2

PLACAR MORAL: 6 x 2 HOLANDA

ESQUEMAS – HOLANDA (3-4-1-2) x SENEGAL (4-2-3-1)

O CARA – DE JONG, nota 7

O JOGO – Nota 6 (HOLANDA, nota 6 x 5, nota SENEGAL)1

PAÍS DE GALES 1 X 1 EUA (meu palpite Gales 2 x 1)

Eu esperava bem mais de Gales. Mas, de fato, não muito mais. E bem menos esperava dos EUA. Mas não tanto menos.

Os norte-americanos fizeram um jogo que há muito não faziam. Criaram duas chances em menos de 10 minutos. Depois trocaram bola com incerta lentidão até abrir o placar, com o filho da arte Timothy Weah.

O pai foi o melhor da Europa e do mundo em 1995. O liberiano George Weah. Um que jamais pôde jogar Copa pela fragilidade da Libéria que ele mesmo agora preside. O fillho nasceu em Nova York, em 2000, de mãe jamaicana. Optou por atuar nos EUA, mesmo. Aberto pela direita, fez bons lances.

Até o gol aos 35min13, em belíssimo lance de Pulisic, o craque norte-americano. Fazendo justiça. E ao pai que foi um baita atacante.

Gales, então, resolveu tentar jogar. Bale apareceu (para receber um amarelo). Os EUA souberam administrar.

Na segunda etapa, outro jogo. Gales chegando com mais perigo. EUA definhando fisicamente. Abusando da  bola áerea e da força física. E ganhando aos 34 um pênalti infantil de Zimmerman. Bale o sofreu e fez o dele, aos 36min33.

Babbo, Gales não é tão defensivo quanto foi o ferrolho de 1958, apenas vencido pelo talento de Pelé, em seu primeiro gol em Copas. Mas também não é um time tão eficiente quanto aquele que foi semifinalista da Euro-16 (acredite, Babbo, eles foram…).

A emocionante torcida galesa que fez belíssima festa no estádio mereceu o empate mais do que o próprio time.

CHANCES DE GOL – PRIMEIRO TEMPO: 3 x 0 EUA

SEGUNDO TEMPO: 4 x 0 GALES. 

PLACAR MORAL: GALES 4 x 3

ESQUEMAS – PAÍS DE GALES (5-3-2 e 3-5-2 e 4-1-4-1) x EUA (4-3-3)

O CARA – WEAH, nota 7

O JOGO – Nota 5 (EUA, nota 5 x 5, nota GALES)

Não pode usar braçadeira pedindo respeito e amor na Copa. Fifa e Catar trocam as bolas.
De novo.
 

Babbo, neste diário que faço aqui do Mundo para contar como será a nossa Copa para você que está aí em cima, quero dizer que, às vezes,…  

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