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A recondução de Ednaldo Rodrigues para mais um mandato à frente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), nesta segunda-feira (24), já mais que era esperada, uma vez que ele era candidato único no páreo.
A eleição da entidade máxima do futebol serviu para, mais uma vez, evidenciar a habilidade política do cartola baiano. Com sua fala tranquila e seu jeito discreto, Rodrigues conseguiu formar uma coalizão de peso, inviabilizando o surgimento de qualquer oposição real à sua permanência na presidência da CBF.

É fato que Ronaldo Fenômeno até tentou articular uma candidatura, em um movimento que acabou ficando restrito muito mais ao universo midiático do que propriamente político. No fim das contas, o ex-atacante não conseguiu levantar os apoios necessários para se registrar no pleito. E nem conseguiria.
A realidade é que, nesta eleição da CBF, Ednaldo Rodrigues não deixou brecha para que qualquer candidatura rival pudesse despontar. Sua preocupação nada tinha a ver com Ronaldo, mas sim com cartolas que já estão habituados a percorrer os caminhos tortuosos do poder.
A principal “ameaça” respondia pelo nome de Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF).
No fim de 2023, quando Rodrigues foi afastado do cargo pela Justiça do Rio de Janeiro, o cartola paulista passou a se movimentar, tanto nos bastidores quanto publicamente, visando se consolidar como candidato à sucessão da CBF.
O grupo encabeçado por Carneiro Bastos chegou a lançar um manifesto intitulado “Unidos por um novo futebol”, que trazia as assinaturas de dirigentes de oito federações estaduais e de 30 clubes.
Com essa quantidade de endossos, além de poder registrar sua candidatura, o presidente da FPF teria condições reais de ganhar a eleição da CBF. O voto de cada federação tem peso 3 na disputa, enquanto os times da Série A do Brasileirão têm peso 2 e os da Série B, peso 1.
Essa mobilização do grupo de Carneiro Bastos ganhou força, na época, porque a decisão que afastou Rodrigues da CBF previa a realização de nova eleição na entidade, fato que acabou não se concretizando, por conta de uma liminar do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que devolveu o titular à presidência da entidade máxima do futebol brasileiro.
Antes disso, Rodrigues havia conseguido obter apoios da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), que ameaçaram excluir as seleções brasileiras masculina e feminina, além dos clubes do país, de competições internacionais oficiais, alegando ingerência estatal em questões internas de sua entidade filiada.
O retorno do cartola à presidência da CBF evitou as sanções e garantiu, por exemplo, a presença da seleção brasileira feminina nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. O time acabou faturando a medalha de prata no torneio.
Fortuna e virtù
Nascido em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, Ednaldo Rodrigues chegou a ser jogador amador de futebol, nas décadas de 1970 e 1980. Em 1991, formou-se em ciências contáveis, ao mesmo tempo em que passou a atuar como dirigente esportivo.
Sua carrega começou na Liga Conquistense de Desportes Terrestres. De 1992 a 2000, comandou o departamento do interior da Federação Baiana de Futebol. Em 2001, seria eleito presidente da entidade estadual.
Ali, mesmo estando ainda distante dos holofotes da mídia nacional, já demonstrava sinais de que tinha talento para se perpetuar no poder. Tanto que foi reeleito três vezes para o cargo. Sua gestão foi marcada pela relação próxima com Ricardo Teixeira, mandatário da CBF entre 1989 e 2012.
Rodrigues deixaria o comando da Federação Baiana em 2018, para assumir uma das vice-presidências da CBF. Sua trajetória serviu para confirmar que os conceitos de fortuna e virtù, apresentados pelo filósofo italiano Nicolau Maquiavel em sua obra-prima “O Príncipe”, permanecem atuais.
Em 2021, o presidente Rogério Caboclo foi afastado do cargo na CBF, em meio a um escândalo de assédio sexual denunciado por uma ex-funcionária da entidade. Inicialmente, a presidência ficou com Coronel Nunes.
Até que, em agosto, o conselho de administração da CBF decidiu punir Caboclo a uma pena de 15 meses de afastamento por conduta inapropriada.
Menos de 24 horas depois, o mesmo órgão nomeou Rodrigues presidente interino da entidade, contando com endossos de 27 federações.
Rodrigues, que chegou a ser descrito pela imprensa, na ocasião, como “um especialista em micropolítica e em microalianças”, fez a seguinte declaração, após ser escolhido presidente interino: “Vamos tentar [conduzir a CBF] com a vontade de Deus e dos orixás.”
Se foi por obra de fé ou por mera coincidência, o fato é que Rodrigues soube se beneficiar da fortuna (ou seja, aproveitar das condições objetivas propícias) para chegar ao poder. Mas de nada adiantaria a sorte, se ele não tivesse suas virtudes de articulador.
Ele demonstrou isso em 2022, quando foi eleito para se tornar presidente de fato e de direito da CBF. E voltou a comprovar isso no início do ano passado, quando foi capaz de mobilizar os principais dirigentes do futebol mundial, na defesa de sua permanência no poder.
Vices
A estratégia de Rodrigues para anular qualquer voo oposicionista nesta eleição da CBF consistiu em atrair para junto dele o principal oponente em potencial.
No caso, Carneiro Bastos, único cartola que, em tempos recentes, demonstrou capacidade de articular uma candidatura com chances reais de chegar ao poder na entidade.
Em 2023, quando tentou se viabiliza candidato à presidência da CBF, o mandatário da FPF contou com os apoios das federações do Acre, Amapá, Mato Grosso, Paraná, Pernambuco, Rondônia e Tocantins, além da própria entidade que ele comanda.
Na eleição deste ano, que contou com candidatura única de Rodrigues, oito vice-presidentes foram escolhidos, sendo sete cartolas de federações: Ricardo Nonato Macedo de Lima (Bahia), Reinaldo Carneiro Bastos (São Paulo), Gustavo Oliveira Vieira (Espírito Santo), Gustavo Dias Henrique (atual diretor de relações institucionais da CBF), Ednailson Leite Rozenha (Amazonas), Antônio Roberto Góes da Silva (Amapá), Leomar de Melo Quintanilha (Tocantins) e Rubens Renato Angelotti (Santa Catarina).
Portanto, nessa lista de vices, três integram o grupo que estava fechado com o cartola paulista (inclusive o próprio Carneiro Bastos, que já ocupava o cargo na atual gestão de Rodrigues, assim como Góes da Silva).
Em vez de concentrar a distribuição de cargos vices entre seus apoiadores de primeira hora, Rodrigues optou por fazer uma costura usando todo seu conhecimento de “micropolítica e microalianças”, contemplando também nomes que tinham potencial para se tornarem seus opositores.
Dessa forma, alcançou um resultado inédito na eleição da CBF, recebendo os votos das 27 federações e também de todos os 40 clubes das Séries A e B, em um total de 141 pontos.
Ele deverá permanecer no cargo até 2030 e terá a chance de tentar mais uma reeleição, uma vez que (em tese) este é considerado o seu segundo mandato, de três possíveis.
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Cartola optou por atrair Reinaldo Carneiro Bastos e outros dirigentes que apoiaram tentativa de candidatura do paulista, em 2023
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