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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) passa por uma grande transformação desde que Ednaldo Rodrigues assumiu a presidência da entidade, em agosto de 2021, com o afastamento de Rogério Caboclo do cargo.
Quinto presidente diferente da CBF desde que o escândalo de corrupção na Fifa derrubou José Maria Marin e enfraqueceu Marco Polo Del Nero, Ednaldo adotou um modelo centralizador de gerenciar e que, agora, cobra o seu preço também dentro das quatro linhas.
O problema dentro de campo enfrentado pela seleção brasileira não tem origem técnica, nem mesmo de técnico. Desde que Charles Miller trouxe as duas bolas para reinventar o “football” por aqui, a história se repete.
Quando as coisas não vão bem dentro de campo, é que fora dele estamos desorientados. O Brasil só ganhou cinco Copas do Mundo quando houve uma gestão organizada fora dele.
O time bicampeão de 1958 e 1962, com Pelé e Garrincha, era, também, o de Paulo Machado de Carvalho na gestão da preparação brasileira para disputar o Mundial da Suécia e, depois, do Chile.
Em 1970, foram as feras de João Saldanha domesticadas por Zagallo e Parreira na preparação física que ajudaram a dar corpo para o campeão mundial mais talentoso da história.
Dupla que foi reorganizar-se para acabar com o jejum de títulos em 1994, quando o gol era um “detalhe” de uma equipe totalmente planejada, desde a quase eliminação precoce salva por Romário contra o Uruguai em 1993.
Já em 2002, Felipão ganhou carta branca de Ricardo Teixeira para organizar a seleção pentacampeã do mundo. Barrou Romário e bancou Ronaldo para levar o caneco, mas teve um trabalho primoroso na organização de toda a logística brasileira, do roupeiro ao chefe de delegação, para terminar a copa 100% Jardim Irene e campeão.
Agora, o curioso é que, em 2025, vivemos uma situação bastante parecida com a de 2001.
Naquela época, o que distraía a atenção da presidência da CBF eram as CPIs que investigavam o contrato com a Nike e diversos outros negócios e negociatas do nosso futebol. Ricardo Teixeira declarou, aos presidentes das confederações, que a “final de Copa do Mundo” seria o relatório final das CPIs. O foco do dirigente era só aquele. Entre idas e vindas para Brasília e articulações com políticos, a CBF estava selada.
Nessa época, em campo, o Brasil estava fora da zona de classificação ao Mundial da Coreia do Sul e do Japão e deixava a Copa América derrotado por Honduras (!!!).
Nos últimos 18 meses, Ednaldo Rodrigues esteve preocupado tentando organizar a casa que herdou de gestores afastados por escândalos. Ao chegar no comando, retirou todos os parceiros comerciais que ainda estavam ligados às gestões de seus antecessores, e passou a centralizar todas as tomadas de decisão nos gabinetes da CBF.
A situação ficou ainda mais clara neste 2025, quando foi graças a uma briga na Justiça que Ednaldo retomou o comando do futebol brasileiro e precisou, então, articular para sufocar um movimento de oposição que não existia há quase 40 anos no país.
O que acontece dentro de campo é reflexo disso. Não só na seleção brasileira. A demora em divulgarmos os calendários do Brasileirão e da Copa do Brasil (masculino e feminino), o descaso com os patrocinadores das competições femininas, a saída de marcas sem reposição na seleção…
Tudo isso é resultado de uma gestão que está preocupada em, mais do que qualquer outra ação, manter-se no comando. Para evitar quedas, como a que aconteceu no final de 2024, Ednaldo centralizou todas as tomadas de decisão na CBF.
E a entidade sofre com isso.
As mesmas motivações e movimentações políticas que sustentaram mais um mandato do atual presidente da CBF são responsáveis por deixar a gestão da seleção brasileira e das competições organizadas pela entidade em segundo plano.
Ednaldo já se garantiu por mais quatro anos no comando do futebol brasileiro. É hora de começar a se dedicar em transferir o controle em áreas não essenciais. Buscar gente nova, que traga novos conceitos e novas visões, para fazer o futebol brasileiro andar para frente.
Qualidade técnica de jogadores existe. Treinadores (brasileiros ou não) dispostos a assumir o desafio de comandar a seleção brasileira não faltam. Patrocinadores de olho na seleção pré-Copa do Mundo estão soltos por aí, desesperados por um aceno da CBF. Isso sem falar no potencial da Copa do Brasil, do Brasileirão e de todo o futebol feminino…
Tanto dentro de campo quanto nos negócios, a centralização do poder e a demora para a tomada de decisões têm travado a evolução do futebol no Brasil.
Com uma Copa do Mundo Feminina a caminho e a constituição de uma liga de clubes cada vez mais próxima, Ednaldo Rodrigues tem a chance de, assim como Ricardo Teixeira, se consagrar com os feitos do time do Brasil dentro de campo.
Para isso, é hora de deixar de lado a desconfiança e deliberar mais para o negócio prosperar. Ricardo Teixeira soube fazer isso em 2001. Em um ano, o Brasil foi campeão do mundo e, no ano seguinte, a adoção do Brasileirão por pontos corridos aumentou a arrecadação dos clubes sensivelmente.
O Brasil de 2025 lembra muito o de 2001. Mas Ednaldo Rodrigues precisa trabalhar para fazer com que o ano que vem seja tão feliz quanto foi 2002.
Erich Beting é fundador e CEO da Máquina do Esporte, além de consultor, professor e palestrante sobre marketing esportivo
Modelo centralizador adotado por Ednaldo Rodrigues começa a cobrar o preço também dentro de campo
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