Flamengo é do povo, não de poucos

O presidente da República, qualquer um, pode como cidadão torcer por um clube. Até por vários, como é o caso em kuestão. Só não pode distorcer pelo seu clube. Abrir cofres, fechar os olhos, dar áreas públicas e estádios. Qualquer um. 

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O presidente de um clube, qualquer que seja, tem de ser mais prudente. Político na melhor acepção. Não pode trocar as bolas politicamente. Ou pior: partidariamente. Eleitoralmente, menos ainda. Sobretudo no dia da eleição. É proselitismo eleitoral com uma camisa e um escudo apartidário. Apolítico. 


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Ainda mais um tão vencedor. O mais popular. E com uma história quase tão antiga quanto a própria república. E a frágil democracia brasileira. Ainda mais fragilizada quando as bolas são misturadas. 

O Lula recebeu a delegação do clube onde é conselheiro depois da conquista da Copa do Brasil? Sim. No gabinete, em Brasília. Em 2009. No dia seguinte à conquista do Corinthians que tanto ama e ajudou. Não no dia da eleição no Brasil. Durante a votação. Como acontece 
em 2022. 

O próprio Bolsonaro absurdamente levantou dentro de campo o caneco do título brasileiro de 2018 pelo Palmeiras dele (e também meu) no Allianz? Sim. Convidado pela CBF. Mas depois de eleito. Não no dia da eleição. Não era campanha. Por mais que nem Lula e nem Mussolini e nem Pinochet e nem Stalin tenham feito algo semelhante. Ainda mais em dias pretensamente democráticos. 



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Surpresa zero que Landim e Braz tenham feito o que fizeram, como dois patinhos na Lagoa Rodrigo de Freitas. Nenhum problema dos atletas que posaram ao lado do presidente (e de milhões que celebram o tri). Espero que ainda menos problemas tenham os campeões que não quiseram se misturar, como deploravelmente fizeram os não menos cartolas rubro-negras que se acham mesmo donos do clube. Da torcida. E creem que realmente são maiores do que Zico e companhia ilimitada. 

Faz parte do jogo democrático. Cada vez mais jogo. E cada vez menos responsável com o clube. 

PS: (este texto seria proporcional se tivesse dado o Athletico, cujo líder mistura ainda mais as bolas, como escrevi no dia anterior.  E também seria igual se fosse o Corinthians campeão e se Lula erguesse o troféu da América).

Cartolas seguem trocando as bolas campeãs

O presidente da República, qualquer um, pode como cidadão torcer por um clube. Até por vários, como é o caso em kuestão. Só não pode distorcer pelo…  

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