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Com 21 anos de atuação, a Fuse Eventos Esportivos conquistou espaço no mercado de corridas de rua, investindo em entretenimento e experiências para os participantes, incluindo provas realizadas em locais inusitados.
Em outubro de 2003, quando tudo começou, esse segmento ainda estava ganhando força no país. “Na época, se uma corrida chegasse a 1,5 mil participantes, já era considerada um sucesso”, recorda-se Alessandro Zonzini, fundador e CEO da empresa.
O primeiro evento esportivo promovido por ele foi batizado de Maratona da Paz, no Parque São Domingos, na zona noroeste da cidade de São Paulo. Apesar do nome, a prova, promovida em prol da Paróquia de São Domingos Sávio, não tinha percurso de 42.195 metros, mas sim de 7 quilômetros.
“Escolhemos o nome porque na prova havia uma ‘maratona de ativações’. O pessoal dizia que era louco, tudo daria errado e eu não chegaria a lugar algum”, relembra Alessandro. Com apoio da da antiga Administração Regional e da Associação Comercial do Bairro, porém, a prova conseguiu atrair 800 participantes.
Outra experiência que ele teve na época veio a pedido dos tios. “Ajudei a organizar os 5km de Pirituba. Eles odiaram”, diz Alessandro, que é formado é publicidade e possuía uma agência de eventos esportivos.
Profissionalização
Levado por um amigo para acompanhar uma corrida promovida pelo Rotary Club, Alessandro se surpreendeu com o grande número de participantes (em torno de 1,5 mil pessoas).
Ele passou a estudar e procurar compreender melhor o mercado das corridas de ruas. Foi então que, no fim de 2004, foi convidado a ajudar na implantação do Circuito de Corridas “Viva com Vida”, iniciativa da extinta Rede Mulher.
O primeiro evento do circuito, realizado em março de 2005, com saída na sede da emissora, em Moema, não agradou Alessandro. Foi então que ele se deu conta de algo que seria decisivo para a forma como a Fuse atuaria no mercado.
“As pessoas estavam cansadas de correr nos mesmos locais como USP, avenida 23 de Maio, Marginal Pinheiros e Pacaembu. A verdade é que só muda o nome do evento, mas o circuito continua a ser o mesmo”, explica.
Foi assim que a segunda corrida do “Viva com Vida”, em julho de 2005, foi realizada no Alto da Lapa. Alessandro também procurou agregar entretenimento ao evento, com direito à apresentação da Escola de Samba Rosas de Ouro.
Desafio
Um dos patrocinadores do circuito era a marca de artigos esportivos Fila, que o convidou para uma reunião, depois de encerrada a segunda etapa do “Viva com Vida”.
“Na época havia o Circuito Fila Litoral e Interior. Queriam que eu assumisse a partir de 2006. Durante a conversa, sugeri ativações, música, entretenimento. E também que a corrida deveria passar a ser noturna. O gerente da Fila me chamou de louco. Respondi: ‘Todo mundo diz que gostaria que a Corrida de São Silvestre voltasse a ser noturna. Por que não experimentamos?’”, conta Alessandro, que tinha 25 anos, quando esses fatos ocorreram.
Diante da resistência dos representantes da marca, ele diz precisou endurecer nas negociações. “Só faço se for corrida noturna”, disse. O gerente da Fila cedeu à exigência, mas resolveu propor um acordo de risco ao jovem organizador de eventos.
“Se eu conseguisse levar pelo menos 1 mil inscritos para a prova, eles me pagariam. Se fossem 999, porém, eu não receberia nada e todos os custos de organização ficariam por minha conta”, afirma Alessandro.
A primeira etapa do circuito ocorreu em Guarujá, em fevereiro de 2006. “Quando faltavam 15 dias para a corrida, o pessoal da Fila entrou em contato comigo pedindo que parasse com as inscrições, pois já estávamos com 3,5 mil inscritos”, conta.
Alessandro parecia estar na crista da onda, mas em breve ele iria saborear o lado amargo do universo do empreendedorismo. “Eu tinha uma sociedade, que precisou ser desfeita. Como era inexperiente, saí com uma mão na frente e outra atrás. Foi tudo muito rápido. Inclusive a minha queda”, explica.
Recomeço
Alessandro resolveu recomeçar do zero, em 2007. A retomada iniciou-se com um circuito pequeno, na cidade de Osasco, na Grande São Paulo. “Naquele dia choveu horrores, mas o evento aconteceu”, recorda-se.
No ano seguinte, a quantidade de eventos promovidos pela Fuse aumentou. Até que, em 2011, ela já dominava as corridas de rua em Osasco. “Praticamente todos os eventos eram nossos”, diz Alessandro.
Um deles era a Corrida de Santo Antônio, da Unifieo, realizado no segundo fim de semana de junho. Naquele ano, porém, a parceria com o centro universitário chegou ao fim.
E o Shopping União, de Osasco, resolveu contratar a Fuse para organizar sua própria prova, que cairia nos mesmos dia e horário da Corrida de Santo Antônio. As largadas dos dois eventos ficariam uma ao lado da outra.
Alessandro ainda tinha de conviver com um desafio adicional: o shopping queria que o circuito tivesse 9 quilômetros, mas não aceitava que ele apresentasse duas voltas de 4,5 quilômetros.
A solução encontrada por ele foi levar a prova para dentro dos corredores do Shopping União. A ideia não foi revelada com antecedência e acabou sendo a grande surpresa da corrida, que reuniu cerca de 2 mil participantes, enquanto o outro evento contou com cerca de 150 inscritos. “Foi um sucesso”, diz Alessandro.
Em 2012, ele foi convidado para promover a corrida do Shopping SP Market, na zona sul de São Paulo, com percursos de 4 e 8 quilômetros.
“A gerente queria que todo o trajeto fosse dentro do shopping. Mas não estávamos conseguindo atingir o total necessário de quilômetros. Foi então que ela sugeriu que fizéssemos parte do percurso dentro do Parque da Xuxa, que funcionava ali”, diz.
Naquele fim de semana, em outubro de 2012, estavam agendadas outras cinco grandes corridas de rua na cidade de São Paulo. “A meta era chegar a 1 mil inscritos. Colocamos 1,2 mil pessoas na prova”, afirma.
Entretenimento
Na medida em que a Fuse foi se consolidando no mercado, ela passou dominar a realização de eventos esportivos em locais inusitados como shoppings, parques, autódromos e até aeroportos.
“Não gosto de fazer mais do mesmo. Se dizem que alguma ideia minha é loucura, aí é que vou lá e faço”, afirma.
As corridas temáticas se tornaram um ponto forte da companhia, caso da SP Pink Run, que reuniu 6 mil participantes em sua última edição.
“Fomos pioneiros com a Dog Run, que hoje é o maior evento pet do Brasil”, diz. Para organizar a primeira edição desse evento, Alessandro estudou e pesquisou durante um ano e meio.
Eventos para o público infantil são outro forte da Fuse. A SP Kids Run tem licenciamento exclusivo da Turma da Mônica, da Mauricio de Souza Produções.
A Fuse possui ainda acordos de licenciamento com o Gloob, canal por assinatura infantil, do Grupo Globo, e com “Masha e o Urso”, série de animação russa que faz grande sucesso ao redor do mundo.
“Uma amiga comentou comigo que o filho adora ir às nossas corridas, porque se sente tratado como uma estrela. Para ele, é como se estivesse em uma festa de aniversário”, diz Alessandro.
Investir na experiência dos participantes é um dos segredos para o sucesso da Fuse. “Estamos preocupados com o entretenimento. Por isso preparamos com cuidado o antes, o durante e o depois do evento. O kit que distribuímos aos corredores, por exemplo, é apelidado de ‘cesta básica run’, porque tem preço justo e oferece diversos itens. Algumas sacolas nossas chegam a trazer de 15 a 20 produtos de qualidade”, explica.
Em 2024, a Fuse tornou-se a agência oficial da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, na área esportiva. A empresa organizou a Corrida do Orgulho #LGBT+, realizada em junho. O objetivo, para o ano que vem, é dobrar o número de participantes do evento.
A Fuse também tem diversificado seu campo de atuação, para além da esfera esportiva. “Nos especializamos em eventos para shoppings. A meta, para 2025, é atuar em outras grandes cidades brasileiras, como Rio de Janeiro (RJ) e Fortaleza (CE)”, diz Alessandro. Ao longo de 21 anos, os eventos promovidos pela empresa mobilizaram em torno de 2 milhões de participantes.
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Empresa de eventos esportivos, que possui 21 anos de atuação, ganhou destaque ao levar corridas de ruas para lugares como shoppings e aeroportos
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