Neste domingo, 31, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a regulamentação de cassinos e bingos físicos no Brasil após meses de críticas ao mercado de jogos e apostas online, chegando a dizer que, se possível, “apertaria o botão do ‘pare’” no mercado.
Em entrevista ao programa Canal Livre, da Band, o ministro afirmou que a demora do Congresso em aprovar a medida representa uma “inversão de prioridades”, já que as apostas online foram regulamentadas antes das modalidades presenciais.
Segundo Haddad, cassinos não seriam um “jogo de massa”, mas uma atividade econômica estratégica para o turismo.
“A liberação de cassinos em polos específicos pode gerar empregos e atrair visitantes, em uma experiência mais restrita e controlável”, disse.
O ministro lembrou que o governo já identificou 30 milhões de CPFs cadastrados em plataformas de apostas online, ressaltando o caráter popular das ‘bets’. Por isso, a arrecadação de impostos do setor foi vinculada à saúde pública. Ele também criticou a manutenção do Jogo do Bicho na ilegalidade, destacando que a atividade, quando clandestina, financia o crime organizado.
Apesar de defender a regulação do mercado presencial, Haddad mantém tom duro em relação ao mercado de jogos e apostas. Em entrevista ao economista Eduardo Moreira, classificou o crescimento do setor como uma “epidemia”. “Não tem arrecadação que justifique essa roubada”, afirmou.
Haddad: PF investiga uso ilegal de CPFs do Bolsa Família em sites de apostas

A Polícia Federal estaria conduzindo uma investigação sobre o uso fraudulento de CPFs de beneficiários do programa social Bolsa Família em casas de apostas on-line, segundo informações de Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
Em abril, Dias participou do programa Bom Dia, Ministro, transmitido pelo Canal Gov, no qual informou que a desconfiança surgiu após a publicação do estudo do Banco Central (BC) em setembro do ano passado sobre o volume de apostas de beneficiários do Bolsa Família.
De acordo com o estudo, somente em agosto daquele ano, pelo menos R$ 3 bilhões teriam sido destinados a casas de apostas via Pix por beneficiários do Bolsa Família. A pesquisa mostrou que 24 milhões de pessoas fizeram apostas ou participaram de jogos on-line desde o início de 2024. Isso equivale a 11,3% da população brasileira estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para agosto de 2024.
“Quando vi os dados, percebi que não batiam com nosso sistema. Solicitei imediatamente uma apuração da Polícia Federal. A movimentação financeira registrada é incompatível com a realidade de quem recebe o Bolsa Família. Tudo indica que CPFs estão sendo usados sem o conhecimento dos titulares”, declarou Dias.
De acordo com ele, as investigações já confirmaram os primeiros casos de utilização indevida de documentos de terceiros, inclusive para encobrir operações suspeitas.
“Muitas pessoas sequer sabiam que seus dados estavam sendo usados. E quando se depararam com os valores atribuídos às suas contas, diziam: ‘Deus me livre ter esse tanto de dinheiro’”, relatou o ministro.
Esquema criminoso entre PCC e fintechs sobre lavagem de dinheiro pode respingar no mercado de apostas?
Em julho, Haddad denunciou o uso de fintechs no processamento de apostas ilegais, apontando indícios de lavagem de dinheiro. Segundo ele, o Banco Central já foi acionado e a Polícia Federal será envolvida nas investigações. “Bet mais fintech igual a lavagem de dinheiro”, resumiu.
Na semana passada, a Polícia Federal, em parceria com a Receita Federal e Ministério Público de São Paulo (MPSP), deu início às ações para investigar operações criminosas envolvendo o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções criminosas do Brasil e do mundo, e fintechs na Faria Lima, área de São Paulo conhecida por abrigar o maior polo financeiro do país. Segundo as investigações, fintechs estariam participando ativamente de esquemas de lavagem de dinheiro com o PCC.

Segundo a apuração, a facção criminosa opera em diferentes etapas da cadeia, desde importações ilegais até adulteração de combustíveis, além da criação de fundos de investimento de mais de 30 bilhões criados para ocultar recursos de origem ilícita.
Para o sociólogo Gabriel Feltran, diretor de pesquisa no Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) e professor da Sciences Po, em Paris, esse é um traço característico da facção. As informações são da BBC.
As investigações ainda estão em andamento. Nomes de integrantes de grandes bancos e fintechs estão sendo divulgados aos poucos pela Polícia Federal.
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