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O vazamento da transferência do piloto britânico Lewis Hamilton da Mercedes para a Ferrari a partir da temporada de 2025 da Fórmula 1 trará impactos para a escuderia mais tradicional da categoria que vão muito além da competitividade da equipe.
A Ferrari não conquista um Mundial de Construtores desde 2008. No Mundial de Pilotos, apesar de ser a maior vencedora da história, com 15 conquistas, o troféu não vai para Maranello desde 2007. O jejum da escuderia italiana começou justamente quando Hamilton iniciou seu domínio na principal categoria do automobilismo.
Primeiro negro a conquistar o título da F1, em 2008, o britânico também se tornou, naquele ano, o mais novo a levantar o troféu da categoria, aos 23 anos pela McLaren. Mas a hegemonia de Hamilton viria anos depois, pela Mercedes, equipe pela qual ficou com o título em 2014, 2015, 2017, 2018, 2019 e 2020. Com isso, igualou Michael Schumacher como os mais vencedores da história, com sete conquistas.
O casamento vitorioso com a Mercedes, porém, tem data para terminar. Após o fim desta temporada, Hamilton, de 39 anos, será piloto da Ferrari. A princípio, o britânico havia assinado contrato de dois anos com sua equipe atual. No entanto, ele teria o direito de exercer a opção de renovar seu vínculo ao final desta temporada, o que não irá ocorrer.
Com a chegada de Hamilton, o espanhol Carlos Sainz deixará a equipe no ano que vem. O outro piloto da Ferrari, o monegasco Charles Leclerc, recentemente renovou vínculo com a escuderia.
Desempenho
Carismático, Hamilton será um trunfo da Ferrari dentro e fora das pistas. O britânico tem sido o único piloto capaz de rivalizar com o domínio absoluto da Red Bull, que conquistou as últimas três temporadas com o holandês Max Verstappen.
Pela primeira vez não irá contar com um motor Mercedes para isso, já que quando foi campeão pela McLaren, também contou com o equipamento da fábrica alemã.
A tarefa é árdua para o veterano piloto, que fará 40 anos no ano em que irá estrear na Ferrari. O time italiano tem tido desempenho pífio no Mundial de Pilotos, não tendo passado da quinta posição com Leclerc em 2023.
No Mundial de Construtores, o desempenho foi ainda pior. Apesar da terceira posição, a Ferrari ficou 454 pontos atrás da campeã Red Bull.
Causas sociais
No entanto, se não conseguir repetir o bom desempenho de anos atrás, Hamilton trará para a Ferrari um enorme carisma e capacidade de gerar negócios. Sozinho, o piloto possui 35,7 milhões de seguidores no Instagram. É um montante bastante superior à tradicional equipe, que possui 28,6 milhões de fãs nessa rede social.
Além da popularidade, Hamilton também trouxe propósitos para a F1, com constante engajamento em causas sociais e de direitos humanos. O piloto foi uma importante voz do movimento Black Lives Matter, desencadeado nos Estados Unidos após o assassinado de George Floyd, asfixiado durante abordagem policial.
O piloto também colocou em pauta a perseguição à comunidade LGBTQIAP+ em países árabes ao utilizar um capacete com as cores do arco-íris, símbolo do movimento, durante o GP do Catar de 2021. O gesto gerou repercussão mundial para a causa.
Negócios
Fora das pistas, Hamilton é dono de um grande portfólio de parceiros comerciais. Também tem se mostrado um campeão nos negócios, aliando-se a marcas e empreendimentos que tenham algum propósito e dialoguem com suas ações como cidadão.
A última iniciativa foi o lançamento, no final do ano passado, da Almave, uma bebida com sabor de tequila, mas que não é alcoólica, já que álcool e direção não combinam. Em conjunto com a modelo Cindy Crawford, também possui investimento na Green Drink, uma empresa britânica de bebidas.
O piloto estrela uma linha de roupas em parceria com a grife Tommy Hilfiger em contrato firmado em 2018. No mundo da alimentação e sem deixar seus propósitos de lado, possui uma rede de restaurantes veganos chamada Neat Burger.
Ao lado do cantor Justin Timberlake, realizou investimentos na empresa agrícola Bowery. Outro aporte foi feito no Zapp, aplicativo de entrega de comida, que promoveu em suas redes sociais.
No esporte a motor, é dono de uma equipe de Extreme E, categoria de veículos off-road. Nos Estados Unidos, adquiriu participação no Denver Broncos, uma das principais franquias da NFL. O piloto já deu indícios que pretende, nos próximos anos, aumentar seu quinhão na equipe do Colorado e investir em times das grandes ligas norte-americanas.
Na lista da Forbes de atletas mais bem pagos do mundo, Hamilton aparece na 21ª posição, com ganhos de US$ 65 milhões em 2023, sendo US$ 55 milhões em salários e US$ 10 milhões em patrocínios. No mundo do automobilismo, é o piloto com maiores ganhos, inclusive à frente de Verstappen, atual tricampeão da categoria.
Segundo o último relatório da Celebrity Net Worth, ele possui um patrimônio líquido de US$ 285 milhões.
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Maior piloto da história da categoria, britânico será capaz de rejuvenescer base de fãs e atrair patrocínios à escuderia
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