Impulsionadas por basquete e futebol, receitas dos esportes femininos superarão R$ 13,3 bilhões em 2025

Os esportes femininos deverão manter a tendência de forte crescimento, verificada nos últimos anos. É o que aponta o relatório divulgado nesta semana pela consultoria Deloitte, com sede no Reino Unido.

O estudo, divulgado na última terça-feira (18), prevê que as receitas das modalidades femininas de elite alcançarão, globalmente, US$ 2,35 bilhões (R$ 13,3 bilhões, pela cotação atual), em 2025.


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Esse resultado previsto pela empresa mostra que se manteve a tendência de alta observada no ano passado, quando o faturamento ficou em US$ 1,88 bilhão. Vale lembrar que a previsão, no início de 2024, era de que o resultado ficaria em US$ 1,28 bilhão, demonstrando que a realidade superou as expectativas mais otimistas.

“O crescimento do esporte feminino continuou a superar as expectativas, pois várias competições, ligas, clubes e atletas geram retornos significativos, apesar dos recursos limitados. Crucialmente, a indústria está indo além das métricas míopes para se concentrar na evolução de estruturas e programas legados por meio de investimentos aprimorados e ações ousadas. Os líderes do setor devem encontrar o equilíbrio certo entre manter esse crescimento, estabelecer bases sólidas e maximizar as oportunidades de sucesso a longo prazo”, disse Jennifer Haskel, líder de conhecimento e insights do Deloitte Sports Business Group.

Se a previsão da Deloitte para 2025 se mantiver, as receitas globais esportes de elite femininos crescerão 240% em quatro anos. Em 2022, esse mercado estava avaliado pela consultoria em US$ 692 milhões.



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As receitas comerciais, que incluíram patrocínios, parcerias, vendas de merchandising e renda de turnês de pré-temporada, ultrapassaram US$ 1 bilhão pela primeira vez em 2024, representando 55% das receitas do esporte feminino.

Para 2025, a Deloitte projeta que receita comercial continue representando a maior parcela do faturamento nos esportes femininos (US$ 1,26 bilhão, o equivalente a 54% do total), na medida em que equipes, federações e ligas passam a atrair maior reconhecimento e interesse das marcas, bem como contratos mais lucrativos.

As projeções da Deloitte também indicam um aumento significativo nas receitas de transmissão (US$ 590 milhões, 25% do montante) e jogos (US$ 500 milhões, 21% do total).

“O esporte feminino está reescrevendo o manual e desafiando as normas tradicionais para redefinir o futuro da indústria. Em 2025 e além, o desafio será que a indústria esportiva, os parceiros de marca e os investidores façam as coisas de maneira diferente. Isso permitirá que eles entendam melhor as oportunidades no mercado e capitalizem a atual trajetória de crescimento dos esportes femininos e criem um ecossistema onde os esportes femininos possam prosperar”, afirmou Haskel.

Basquete e futebol dominam

De acordo com o estudo da Deloitte, os dois esportes que mais deverão gerar receitas continuam a ser o basquete (US$ 1,03 bilhão, 44% do total) e o futebol (US$ 820 milhões, 35%).

O basquete caminha para se tornar o principal esporte feminino em faturamento, no mundo, beneficiando-se da ascensão de jovens atletas como Caitlin Clark, da equipe da WNBA Indiana Fevers.

As novas estrelas femininas ajudam a aumentar o público em dias de jogos, as vendas de merchandising e o investimento em instalações.

Segundo o relatório, as receitas globais do futebol feminino devem aumentar de US$ 740 milhões, em 2024, para US$ 820 milhões, em 2025, ao passo que as do basquete feminino devem saltar de US$ 710 milhões para US$ 1,03 bilhão.

América do Norte e Europa seguem como maiores mercados

O relatório avalia que a América do Norte (US$ 1,39 bilhão, 59% do montante previsto) e a Europa (US$ 420 milhões, 18%) continuem como os maiores mercados de esportes femininos, em termos de geração de receitas.

Por outro lado, a consultoria acredita que poderá haver mais crescimento, investimento e profissionalização em mercados novos e existentes nos próximos anos.

A análise destaca que novas estruturas de investimento podem desbloquear “mais oportunidades de investimento e recursos dedicados para marcas e empresas esportivas femininas de elite para aumentar ainda mais os retornos comerciais”.

Impacto dos grandes eventos

A Deloitte espera que grandes eventos e competições globais também ajudem a gerar receitas significativas, além de despertar “uma paixão de longo prazo pelos esportes femininos com novos fãs”.

“Os grandes eventos estão aumentando a visibilidade e a participação em muitos esportes e geografias, mas uma ação deliberada precisa ser tomada após esses grandes momentos para impulsionar o sucesso doméstico de ligas e clubes. Não é mais suficiente apenas sediar um evento – os organizadores devem ser ousados e pensar em novas maneiras de envolver os fãs e impulsionar a participação mesmo depois que o campeão for coroado”, avaliou Haskel.

O estudo cita o exemplo da Copa do Mundo Feminina de Rugby de 2025, que ocorrerá no Reino Unido e já bateu recorde na venda de ingressos.

A Copa do Mundo Feminina de 2027, que será realizada no Brasil pela primeira vez, é vista como outra oportunidade para “desbloquear ainda mais um mercado emergente para o futebol feminino”.

“O apelo comercial dos esportes femininos e de seus atletas nunca foi tão alto, pois o setor continua a brilhar no cenário global. Aumentar o investimento estratégico é mais importante do que nunca para impulsionar um cenário global profissional e criar uma indústria envolvente para as próximas gerações. Para capitalizar com sucesso esse investimento, é crucial que as organizações esportivas femininas implementem as estruturas certas, desenvolvam um plano claro de investimento e definam uma visão de longo prazo para seu lugar em uma indústria global em rápida evolução”, afirmou a executiva da Deloitte.

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