A Operação Desfortuna, implementada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta quinta-feira, 7, já tem influenciadores em sua lista de alvos no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Minas Gerais. A operação foca na atuação de esquemas criminosos com a promoção de jogos on-line ilegais.
Foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão contra 15 investigados, conduzidos pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD).
Dentre os influenciadores investigados estão Bia Miranda, Buarque, Maumau, Jenny Brito Miranda e as gêmeas Paulina e Paola de Ataíde. Foi encontrada uma arma na casa de Maumau, em São Paulo. A lista completa de influenciadores, apurada pelo g1, tem quase 35 milhões de seguidores.
Segundo o delegado Renan Mello, “eles estavam usando as suas redes, com seus milhões de seguidores, para promover jogos de azar e cassinos online. Importante pontuar que a gente não está falando de casas de apostas esportivas, as bets. Eles estavam divulgando os caça-níqueis on-line, e o mais famoso deles no Brasil é o Tigrinho”.
Influencer é presa por suspeita de criar lista de execução
Tainá Sousa, influenciadora digital, foi presa no dia 1° de agosto no Maranhão pela Polícia Civil, investigada por supostamente criar uma “lista de execução” com nomes de pessoas que trabalham no combate ao jogo ilegal. A investigação faz parte da operação Dinheiro Sujo, que focou no grupo da influenciadora por atrair vítimas com a promoção de lucro fácil.
Sousa teria colocado nomes como dos jornalistas Domignos Costa e Luís Carlos (que faleceu no começo deste ano), o deputado Yglesio Moisés (PROS) e o delegado Pedro Adão, que encabeça as investigações contra a influenciadora, apontada como líder de um grupo que promoveria jogos ilegais.
“Segundo investigação da polícia, Tainá Sousa teria comemorado a morte de Luís Cardoso, afirmando à época: ‘Um já foi, agora faltam os outros’. A fala da influencer presa reforçaria a existência de uma suposta lista de ameaçados de morte por denunciar o esquema criminoso ou por publicações com críticas a ela”, comentou a Diretoria de Comunicação da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, segundo informações do Metrópoles.
Conforme informações do DCCT, o grupo tinha organização legal, contando, inclusive, com uma advogada, suspeita de lavar dinheiro para o grupo.
Fintechs na mira da Operação Desfortuna
Além de influenciadores, fintechs também são investigadas na Operação Desfortuna. Empresas de meios de pagamento que estejam envolvidas com esquemas de operações ilegais estão cada vez em pauta na luta contra o mercado ilegal de apostas.
Em Brasília, o Fórum de Provedores de Pagamento da IBIA (International Betting Integrity Association) se reuniu com a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA-MF) para debater formas de impedir a proliferação de operações ilegais no Brasil de métodos de pagamento.
O recém-lançado Fórum da IBIA conta com seis provedores de pagamento — Bazk, Z.ro Bank, OneKey Payments, OKTO, VPag e Pay4Fun — com o propósito de blindar o setor contra fraudes financeiras e manipulação de resultados. Durante o encontro, segundo informações da associação, o Fórum apresentou o trabalho das instituições no bloqueio de meios de pagamento para empresas não autorizadas a atuar no Brasil.
A associação projeta que seus membros sejam responsáveis por mais de 70% da receita bruta de apostas remotas no país até 2028, segundo estimativas compartilhadas pela H2 Gambling Capital.
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