Confira ainda:
- - Curso Técnico Avançado em Marketing de Afiliados para Jogos e Apostas Online
- - 11 aplicativos para acompanhar resultados e assistir futebol no seu celular
- - Trader Esportivo: Como ganhar dinheiro assistindo jogos de futebol
- - Monetizando com cassinos online através da Avante Network
- - O Manual Definitivo para Apostas em Futebol
Quem hoje vê o time milionário do Flamengo em ação, favorito ao título em todos os campeonatos de que participa e com elenco recheado de estrelas não consegue imaginar que, há pouco mais de 10 anos, o time esteve à beira da falência. É algo ainda mais absurdo se pensarmos que o Mengão é o time mais popular do Brasil, com torcedores espalhados por todo o país.
No entanto, essa foi a realidade encontrada pela equipe do presidente Eduardo Bandeira de Mello, quando assumiu o clube, em 2013, após uma série de gestões desastrosas. Uma auditoria encomendada à EY mostrou que as dívidas chegavam a R$ 737 milhões, o que representava número 300% superior ao estimado inicialmente.
A história de como o Flamengo deixou o atoleiro e passou a navegar por águas límpidas é contada em detalhes no livro Paixão e sucesso: a gestão que transformou um clube (Editora LUX). Nele estão reunidos textos de alguns membros da antiga diretoria, envolvidos diretamente na implantação de um choque de gestão, além de outros analistas de fora, que estudaram o processo.
Choque de gestão
Para realizar um choque de gestão, a diretoria tomou decisões ousadas. Uma delas foi destinar a totalidade do novo contrato com a Adidas para o pagamento de credores. Já o atacante Vagner Love, então principal nome do elenco, foi devolvido ao CSKA, em troca do perdão de uma dívida com o clube russo.
Os esportes olímpicos, outra tradição do Flamengo, sofreram um duro corte diante da política de que o que não era sustentável não teria continuidade na nova política de contenção de gastos.
Há casos que beiram o absurdo, como a piscina que foi fechada para estancar uma sangria mensal na conta de água por causa de um vazamento não solucionado. Ou a retomada da gestão do estacionamento da Gávea, que foi terceirizado para uma empresa. Anteriormente, o clube contabilizava prejuízo ao cobrar valores irrisórios aos mensalistas pelo espaço.
Por fim, retomou o controle do edifício Hilton Santos, no Morro da Viúva, local nobre do Rio de Janeiro, que só dava prejuízo ao clube. O estado geral dos apartamentos era péssimo. Muitos estavam ocupados por desconhecidos. Alguns, inclusive, já haviam entrado com ações de usucapião. O espaço acabou negociado com uma empreiteira, gerando lucros vultuosos.
Impopular
A luta por certidões negativas, quitação de débitos e renegociação de dívidas era ainda mais acirrada no Flamengo do que a disputa por títulos. O torcedor rubro-negro viu uma sucessão de times medíocres e baratos, que poucas alegrias eram capazes de gerar em campo.
A realidade começou a dar sinais de mudança em 2015, quando simbolicamente o Flamengo contratou o atacante Guerrero, principal ídolo do Corinthians, visto como principal exemplo de time de sucesso à época.
A virada de chave, porém, ainda demoraria. Em seis anos de Bandeira de Mello (2013-2018), o Rubro-Negro adicionou apenas a Copa do Brasil de 2013 a sua galeria de troféus nacionais e internacionais.
Foi pouco para uma torcida apaixonada, incomodada em seguir um clube campeão de gestão, mas com fraco desempenho nos gramados. Sintoma disso foi a vitória do oposicionista Rodolfo Landim nas eleições de 2018.
Sustentabilidade
Landim herdou um clube equilibrado financeiramente, capaz de viver uma temporada mágica em 2019, com as conquistas do Brasileirão e da Libertadores sob o comando do técnico Jorge Jesus.
Derrotado nas urnas, Bandeira de Mello gerou um legado de sustentabilidade financeira no Flamengo. Se o clube carioca hoje experimenta recordes de arrecadação sucessiva, tendo superado o faturamento de R$ 1 bilhão por temporada, é resultado de uma gestão que arrumou a casa lá atrás.
O livro abarca essas iniciativas em diversas frentes, da administração, finanças, marketing, comunicação, esportes olímpicos e planejamento futuro. Se cabe uma crítica à obra é ao fato de analisar em detalhes os acertos e praticamente ignorar os erros.
Em nenhum momento, por exemplo, é mencionada a tragédia do Ninho do Urubu. Apesar de ter ocorrido em 2019, a estrutura precária disponível aos meninos da base é herdada do mandato de Bandeira de Mello. Nem são abordados erros em algumas contratações, como ocorre em quase todo clube no Brasil.
O saldo da obra, porém, é imenso, diante da importância que aqueles anos conduziram o Flamengo de volta às glórias e da escassa literatura sobre gestão esportiva com cases do futebol brasileiro disponível ao público.
Ficha
Título: Paixão e sucesso: a gestão que transformou um clube
Editora: LUX
Autores: Pedro Iootty, Fábio Giambiagi e Rodrigo Madeira (organizadores)
Prefácio: Eduardo Bandeira de Mello
Páginas: 224
Preço: R$ 69 (papel) e R$ 54,90 (e-book)
O post Livro conta como Bandeira de Mello e seu grupo recuperaram finanças do Flamengo apareceu primeiro em Máquina do Esporte.
Campeão de gestão, mas com poucos títulos, período foi impopular com torcida, mas rendeu legado de glórias ao clube
O post Livro conta como Bandeira de Mello e seu grupo recuperaram finanças do Flamengo apareceu primeiro em Máquina do Esporte.