Manipulação de resultados no Brasil tem indícios de crime organizado internacional

Nesta semana, o governo realizou o I Encontro Técnico Nacional sobre Combate à Manipulação de Resultados Esportivos. Em entrevista, o secretário nacional de Apostas Esportivas do Ministério do Esporte, Giovanni Rocco Neto, chamou a atenção para a conexão entre o crime organizado e a manipulação de resultados para lavagem de dinheiro através de apostas esportivas.


“É um crime que transcende as divisas dos Estados e ele transcende as divisas também dos países. Muitas vezes um jogo está acontecendo na Colômbia e ele está sendo manipulado aqui no Brasil. Ou ele está acontecendo aqui no Brasil e está sendo manipulado na China, por exemplo”, afirmou.

Rocco coordena o grupo de trabalho interministerial formado pelos ministérios do Esporte, da Fazenda e da Justiça, com auxílio da Polícia Federal, que deve, em até 180 dias, entregar a Política Nacional de Combate à Manipulação de Resultados.

“O Ministério do Esporte cuida da parte da integridade esportiva, a relação com toda a comunidade esportiva brasileira. O Ministério da Fazenda faz a gestão da parte dos fluxos financeiros das apostas. E o Ministério da Justiça tem o poder de polícia para fazer as ações repressoras”, explicou em entrevista do GE.

Casas de apostas ilegais e crime organizado

Durante a entrevista, o secretário apontou como erro do governo Bolsonaro a ausência de regulamentação.


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“O que aconteceu? Foram criadas milhares de casas de apostas no Brasil, sem nenhum controle”, destacou. Segundo ele, há indícios de que organizações criminosas estão utilizando a manipulação de resultados para lavagem de dinheiro, em esquemas internacionais.

Foto: Mariana Raphael/MEsp.

Na última semana, em Sergipe, denúncias recentes motivaram reuniões entre a Federação Sergipana de Futebol e a Polícia Civil após suspeitas de aliciamento de atletas em competições locais.

Para Rocco, o aliciamento de jogadores ainda encontra terreno fértil pela falta de informação, e que o atleta “tem que entender que ele está cometendo um crime, que o cartão amarelo é critério de desempate no Campeonato Brasileiro. Então ele está interferindo no resultado, sim. E ele está indo contra os princípios da integridade do esporte”.

Ao ser questionado por que o Brasil é um terreno tão propício para manipulação de resultados, Rocco analisou que o sentimento de impunidade e a falta de informação seriam os principais fatores.

Dos casos mais proeminentes, Bruno Henrique, jogador do Flamengo, foi considerado culpado após ser denunciado por forçar cartão amarelo para beneficiar apostadores em 2023. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) determinou a suspensão do atacante por 12 jogos e o pagamento da multa de R$ 60 mil – 3,34% do salário mensal do jogador, que chega a R$ 1,8 milhão.

Medidas contra manipulação de resultados

Entre as medidas já em andamento, Rocco citou a plataforma Apita Cidadão, que permitirá que atletas, dirigentes e até familiares denunciem tentativas de manipulação. Além da plataforma pública, casas de apostas são obrigadas a comunicar indícios de fraude em até 48 horas nos casos mais graves.

Somado a isso, segundo o secretário, será criado um selo de integridade, para que clubes exibam aos torcedores e patrocinadores o compromisso com o jogo limpo.

“Não existe combate à manipulação sem responsabilização. Mas também não existe futuro sem educação. Queremos que o atleta saiba desde cedo o que está em jogo: sua carreira, o esporte e a integridade do país”, concluiu.

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Nesta semana, o governo realizou o I Encontro Técnico Nacional sobre Combate à Manipulação de Resultados Esportivos. Em entrevista, o secretário nacional de Apostas Esportivas do Ministério do Esporte, Giovanni Rocco 


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