Somente em 2025, o mercado de apostas criou mais de 10 mil empregos diretos e 5,5 mil empregos indiretos, é o que diz um novo levantamento da LCA Consultores Econômica pela Cruz Consulting.
A pesquisa, feita a pedido do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) e da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), mapeou o impacto do setor em 2025 nas áreas de arrecadação e trabalhista e mostrou que o Nordeste é o segundo maior polo de apostas no país, perdendo apenas para o Sudeste.
Quem está operando no Brasil
Em 2022, o Brasil contava com apenas 15 CNPJs ativos em todo o território. Com a regulamentação de 2024, esse número chegou a 82 – que permaneceu estável em 2025.
“Nenhuma indústria tem essa quantidade de concorrência”, comentou Eric Brasil, da LCA, que reforçou que o país não deve manter esse número ativo de casas de apostas nos próximos anos.
Das empresas ativas, 58 se encontram em São Paulo, sete em Pernambuco, cinco em Minas Gerais e na Paraíba. Apesar do Sudeste concentrar a maior parte das empresas (66), o Nordeste é a única outra região com quantidade expressiva de operadoras (13) – algo que surpreendeu os pesquisadores. Agora, o objetivo é mapear exatamente o quão grande é o regionalismo setor de apostas online.
Na área financeira, segundo dados da Receita Federal, R$ 7,5 bilhões aplicados no setor foram apenas em capital social investido – ou seja, valores que vieram direto de sócios – que se converteram em R$ 28 bilhões de demanda potencial em outros setores da economia nacional.
O estudo prevê que cada R$ 1 de capital próprio investido gera até R$ 3,74 de demanda adicional ao longo do tempo em outros setores da economia. Os valores de comparação são similares ao multiplicador de fintechs ou gigantes de tecnologia como Uber ou iFood.
Mercado de trabalho
Em 2025, estima-se que a indústria criou em torno de 10 mil empregos diretos, além de 5,5 mil empregos indiretos. Empregos qualificados (que querem nível superior ou especialização técnica) representam cerca de 47% dos empregos diretos.
As principais áreas buscadas para o setor são de T.I. e segurança cibernética, compliance, marketing e publicidade, jurídico, administrativo e atendimento ao cliente (que é obrigatório por lei em toda operação).
A média salarial dos empregados contratados no setor é de R$ 7 mil, com base em informações das próprias operadoras. Em comparação, em dezembro de 2024, o salário médio do Brasil era R$ 3,2 mil.
No setor de apostas, o número de profissionais que recebem mais de 7 salários mínimos (42%) é maior do que a média no Brasil, que fica em 24,1%. Em contrapartida, apenas 13,4% do setor recebe de 0 a 2 salários mínimos, em comparação com 35% na média nacional.
Com base nos dados analisados, a média salarial anual foi apontada em R$ 460 milhões, além de R$ 87 milhões em encargos sociais. Para 2025, a expectativa de renda potencial é de R$ 1 bilhão somente em geração de empregos.
“O mercado ilegal não gera nada disso”, reforçou Brasil.
Quanto casas de apostas pagam em impostos e para onde vão
A maior parte da destinação dos impostos sobre a renda bruta (GGR) é direcionada ao Ministério do Esporte (R$ 1,6 bilhão), o que representa 51,9% no orçamento ministerial completo.
No turismo, mesmo sem a legalização dos cassinos físicos, somente com a regulamentação online, a destinação já é de R$ 1,2 bilhão em turismo.
Até setembro de 2025, a previsão de arrecadação federal é de R$ 6,9 bilhões. Dentro deste valor, PIS/COFINS (R$ 2,1 bilhões), fiscalização (R$ 127,6 milhões), ISS (R$ 100 milhões), IRPJ/CSLL (R$ 1,7 bilhão).
Até setembro de 2025, a distribuição do IRPJ entre os entes federativos ficou dividida em 50% para a União, 21,5% nas operações estaduais e 28,5% nas operações municipais. O total arrecadado entre federação e municípios ainda cresce, subindo para R$ 9 bilhões.
Impacto de casas de apostas estaduais que atuam nacionalmente
Ao ser questionado sobre o impacto dos valores arrecadados com operadoras estaduais que atuam fora de geolocalização, Brasil reforçou que todos os valores usados como base da Receita Federal são de empresas com CNPJ e contribuição regulamentada.
Isso significa que operadores estaduais que ultrapassam os limites de geolocalização também entram na conta – e não há maneira de separar o que vem de operações limítrofes e o que é exterior.
“A ilegalidade delas é estar oferecendo apostas fora do estado, mas quando aquilo gera o GGR e é pago, entra aqui. Mas, eventualmente, não conseguiríamos separar o que é legal e o que é fora do estado”, comentou Brasil, que também reforçou que são um tamanho pequeno para a dimensão do mercado.
Andre Gelfi, diretor do IBJR, comentou: “No nosso entendimento, a operação estadual tem que acontecer no estado, e não fora”.
Investidores presentes na reunião também comentaram que os impostos estaduais, se comparados aos federais, seriam menos exigentes – sem a necessidade de reconhecimento facial, compliance menos exigente e com valores de impostos menores. No Paraná, em 2024, a outorga variável era de 6% sobre o GGR.
Um caso relembrado na sessão foi o da Loteria Estadual do Rio de Janeiro (LOTERJ), cuja operação nacional esteve suspensa após o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar que a autarquia não poderia oferecer licenças para além do limite geográfico do Rio de Janeiro.
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Somente em 2025, o mercado de apostas criou mais de 10 mil empregos diretos e 5,5 mil empregos indiretos, é o que diz um novo levantamento da LCA Consultores Econômica
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