A consolidação dos borderôs do Mirassol entre 2023 e 2025 feita pela Máquina do Esporte expõe o desafio estrutural de um clube de menor porte para tornar as operações de jogos financeiramente sustentáveis, especialmente fora da Série A do Brasileirão. Ao longo do último triênio, o clube saiu de um cenário amplamente deficitário na Série B para uma operação positiva em sua primeira participação na elite, ainda que o resultado final siga concentrado em poucos jogos de alto apelo comercial.
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Em 2023, temporada encerrada com o Mirassol na 6ª colocação da Série B, o clube levou apenas 44.795 torcedores ao estádio e arrecadou R$ 599.240,00. O valor não foi suficiente para cobrir as despesas totais de R$ 1.068.620,74, e o ano terminou com renda líquida negativa de R$ 469.380,74. Dos jogos disputados como mandante, apenas um apresentou resultado positivo: o confronto contra o Guarani, pela 33ª rodada, em 20 de outubro, que gerou lucro de R$ 1.825,15. Foi o único jogo no azul em toda a campanha em casa.
Em 2024, ano em que o Mirassol terminou a Série B como vice-campeão e conseguiu o acesso inédito, os números avançaram, ainda que com limitações. O público subiu para 71.178 torcedores, crescimento de 58,9% em relação a 2023, enquanto a arrecadação bruta chegou a R$ 1.517.650,00, alta de 153,3%. As despesas totais somaram R$ 1.374.464,92, permitindo o fechamento do ano com renda líquida positiva de R$ 143.185,08. Mesmo assim, o resultado voltou a se concentrar em poucos jogos: apenas seis terminaram no azul, com destaque para a partida contra o Santos, em 25 de junho, pela 12ª rodada, que registrou líquido a receber de R$ 304.678,23, o melhor resultado da temporada.
O salto ocorreu em 2025, na primeira participação do Mirassol na Série A, encerrada com o clube na 4ª colocação do Campeonato Brasileiro e com vaga inédita garantida na fase de grupos da Copa Libertadores de 2026. O público chegou a 119.585 ingressos totais, crescimento de 68% em relação a 2024, enquanto a arrecadação bruta alcançou R$ 7.427.960,00, avanço de 389,6%. As despesas totais somaram R$ 3.603.823,44, resultando em uma renda líquida de R$ 3.824.136,56 e líquido a receber de R$ 3.705.936,56. Ainda assim, a operação seguiu marcada por uma assimetria: nos jogos como mandante, nove terminaram no azul e dez no vermelho.
Dentro desse recorte, os extremos ajudam a explicar a dinâmica financeira do clube do interior de São Paulo. O pior resultado positivo ocorreu contra o Botafogo, pela 31ª rodada, em 1º de novembro, com renda líquida de R$ 10.006,46. Já o melhor desempenho financeiro do ano foi registrado contra o Flamengo, na última rodada, em 6 de dezembro, com líquido a receber de R$ 894.179,47. Entre os jogos lucrativos, os duelos contra Corinthians, Palmeiras e Santos também superaram a marca de R$ 785 mil de líquido a receber.
A análise do tíquete médio ajuda a explicar essa concentração. Nas partidas em que ele ficou abaixo da média do Brasileirão, de R$ 53,20, o líquido a receber permaneceu abaixo da casa dos seis dígitos, como nos jogos contra Botafogo, Vasco, Atlético-MG e Cruzeiro. Já os confrontos com tíquete médio muito acima da média, como diante de São Paulo (R$ 71), Santos (R$ 93), Corinthians (R$ 101), Palmeiras (R$ 106) e Flamengo (R$ 122), concentraram os maiores resultados financeiros da temporada.
Na comparação com o Brasileirão 2025 como um todo, o Mirassol respondeu por 1,19% do público total, 1,4% da arrecadação bruta e 1,39% do líquido a receber da competição. Para um clube que disputou a Série A pela primeira vez e que tem uma torcida reconhecidamente menor em relação a praticamente todos os adversários, os números indicam uma inserção relevante na economia do torneio, ainda que sustentada por poucos jogos de alto apelo comercial.
O recorte do último triênio mostra que o acesso à Série A permitiu ao Mirassol ampliar de forma significativa sua escalada financeira. Ao mesmo tempo, os dados deixam claro que a bilheteria do clube ainda depende fortemente de confrontos específicos, colocando como desafio para 2026 a redução do número de jogos deficitários e a busca por uma maior previsibilidade financeira ao longo da temporada.
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Bilheteria do clube do interior de São Paulo, que disputou a elite do futebol nacional pela primeira vez em 2025, ainda depende fortemente de confrontos específicos
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