Confira ainda:
- - Curso Técnico Avançado em Marketing de Afiliados para Jogos e Apostas Online
- - 11 aplicativos para acompanhar resultados e assistir futebol no seu celular
- - Trader Esportivo: Como ganhar dinheiro assistindo jogos de futebol
- - Monetizando com cassinos online através da Avante Network
- - O Manual Definitivo para Apostas em Futebol
Uma das novidades no Brasileirão da Série B 2025, a Ferroviária não é propriamente uma novata na competição. A equipe de Araraquara (SP) possui algumas participações esporádicas no campeonato.
A Locomotiva, tema da segunda reportagem da Máquina do Esporte sobre os clubes que subiram para a Série B deste ano, fará seu retorno ao torneio no próximo domingo (6). A equipe receberá o recém-chegado Remo, a partir das 19h30, em Araraquara.
Como o próprio nome indica, a Ferroviária tem suas origens atrelada às ferrovias, que tiveram um papel relevante no desenvolvimento do interior paulista.
O clube foi fundado em 1950, por iniciativa de engenheiros e funcionários da Estrada de Ferro Araraquara (EFA), que, à época, pertencia ao Governo de São Paulo. Mais tarde, em 1967, a empresa passaria a ser administrada pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro e depois, em 1971, seria incorporada à extinta Fepasa.
Todo o patrimônio da EFA acabaria sendo privatizado em 1998, mesmo destino que coube à Fepasa. Na década de 1950, porém, a proximidade com a empresa férrea ajudava a Ferroviária a fazer jus ao apelido de Locomotiva.
Em 1956, o clube já estava na Série A1 do Paulistão, passando a dar trabalho aos grandes times. No campeonato de 1959, por exemplo, terminou em 3º lugar, atrás apenas de Palmeiras (campeão) e Santos (vice).
Já em 1960, aplicou uma goleada de 4 a 0 no Santos de Pelé, em casa, evento que acabou por ofuscar uma conferência proferida no mesmo dia pelo filósofo francês Jean-Paul Sartre, pai do existencialismo e considerado um dos maiores pensadores do século passado, na cidade de Araraquara.
Participações no Brasileirão
Daí em diante, porém, ao mesmo tempo em que a empresa ferroviária foi mudando de mãos, o clube que dela se originou passou a conviver com altos em baixos. Sua estreia em competições nacionais foi na Taça de Prata de 1980, que era justamente o equivalente à Série B na época.
O time grená terminou em 3º na classificação geral e por pouco não garantiu o acesso à Taça de Ouro do ano seguinte. Em 1981, a Ferroviária voltou a participar do torneio, mas seu desempenho foi fraco, acabando na 25ª posição.
Em 1982, contudo, a Ferroviária fez boa campanha no Paulistão, terminando em 6º lugar na tabela e abocanhando, dessa forma, uma das vagas do estado de São Paulo para a Taça de Ouro de 1983.
Conseguiu chegar à terceira fase da competição, com direito a uma vitória por 3 a 0 sobre o Grêmio (que seria campeão mundial e da Libertadores naquele ano), em pleno Estádio Olímpico.
Depois disso, a Ferroviária voltaria a disputar o Brasileirão, só que da Série C, na temporada de 1988. O acesso à segunda divisão viria apenas em 1994, quando por pouco a equipe não ficou com o título (foi derrotada na final pelo Novorizontino).
Em sua última participação na Série B, a Ferroviária terminou em 21º lugar. Como à época participavam 24 clubes do campeonato e apenas dois caíam, a Locomotiva livrou-se do rebaixamento.
Porém, o clube não foi capaz de escapar dos problemas financeiros, que por pouco não o fizeram fechar suas portas.
Reconstrução
Em 1996, a Ferroviária foi rebaixada no Paulistão da Série A1. Suas condições financeiras eram tão péssimas, que o clube optou por desistir de participar do Brasileirão da Série B daquele ano.
E assim, na mesma época em que a ferrovia que lhe deu origem era privatizada, enfrentando sérios problemas estruturais, a Locomotiva entrou em decadência que parecia não ter fim.
As primeiras tentativas de reconstrução tiveram início em 2003, quando a equipe foi transformada em Sociedade Anônima (SA), em um movimento que antecedeu o das atuais Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs).
A mudança no modelo de gestão demorou a surtir efeito dentro de campo. Exceto pelo título da Copa Paulista de 2006 e a participação na Copa do Brasil do ano seguinte, a Ferroviária seguiu rondando as divisões inferiores do estado, até retornar à Série A1 do Paulista, em 2016.
Em 2019, veio o momento de euforia, com a compra da SA da Ferroviária pelo bilionário Saul Klein, filho do fundador da Casas Bahia e antigo mecenas do São Caetano (que chegou a duas finais do Brasileirão, além de uma decisão da Copa Libertadores).
O negócio, avaliado em R$ 10 milhões, gerou grandes esperanças, mas o time acumulou uma série de resultados ruins na temporada 2020. No fim daquele ano, em meio a acusações de estupro e aliciamento feitas por 14 mulheres, Klein decidiu colocar à venda sua participação na SA.
A mudança de dono concretizou-se em 2022, quando o Grupo Bertollucci assumiu a equipe, agora estruturada como SAF.
O nome forte na Ferroviária é Filippo Bertolucci, cujo pai Giuliano Bertolucci é considerado um dos principais agentes do futebol brasileiro, na atualidade.
Pé no chão
Foi a partir da chegada da família Bertolucci, que a Ferroviária iniciou sua ascensão nacional. Em 2023, foi vice-campeã da Série D, garantindo o acesso à terceira divisão.
Na Série C do ano passado, o clube conseguiu ficar entre os quatro mais bem colocados e garantir a vaga na segunda divisão de 2025, depois de uma espera que já durava 30 anos.
A recorrência de acessos talvez empolgue até o torcedor menos otimista do time. Em entrevista concedida à Máquina do Esporte, o diretor de negócios, marketing e comunicação da Ferroviária, Rafael Niro, optou por deixar a euforia de lado.
“O objetivo é pé no chão. Nossa ideia é fazer uma boa Série B. Não necessariamente subir, mas alcançar uma boa colocação”, explicou.
Desafios
localizada em uma cidade de aproximadamente 250 mil habitantes, a Ferroviária enfrenta alguns desafios. Um deles é atrair torcedores para a Arena Fonte Luminosa.
“Um dos desafios é lotar o estádio e mostrar a casa cheia durante os jogos”, disse Niro. Na visão dele, a possibilidade de receber adversários maiores e conhecidos nacionalmente é um fator que pode contribuir para atrair o público às partidas da Ferroviária.
O executivo sabe, porém, que esse caminho não será fácil. “Times de cidades de 200 mil ou 300 mil habitantes nunca serão como os de uma capital. Mas isso não quer dizer que você não possa crescer”, afirmou.
O primeiro passo, de acordo com ele, é olhar para dentro da própria cidade e resgatar a paixão dos moradores pelo time masculino da Ferroviária (vale lembrar que a equipe feminina é uma das mais bem-sucedidas do país, em tempos recentes).
“Temos de fazer com que o dia de jogo seja o melhor entretenimento da região”, disse. A ideia é não ficar restrito a Araraquara, mas aproveitar o fato de que boa parte das cidades próximas não conta com um time profissional para chamar de seu.
Sócio-torcedor
Outro desafio da Ferroviária é impulsionar seu programa de sócio-torcedor. A experiência mais recente do clube nessa área alcançou em torno de 1 mil membros.
O objetivo é ampliar, e muito, esses números. “Vamos oferecer não apenas experiências em dias de jogos, mas benefícios para o torcedor usufruir em seu dia a dia, para ele querer estar com a mensalidade sempre em dia”, explicou o executivo.
Niro atuou no Red Bull Bragantino, sediado em Bragança Paulista, cidade de pouco mais de 180 mil habitantes e que fica a apenas 88 quilômetros de São Paulo (a distância de Araraquara até a capital é de 270 quilômetros).
“Lá, conseguimos realizar um trabalho que levou o programa de sócio-torcedor a alcançar o equivalente a 4% da população da cidade. Então, iremos engajar a economia de Araraquara e buscar as empresas locais que estiverem abertas a essa iniciativa”, disse.
Patrocínios
A Ferroviária tem o patrocínio máster da Betnacional. A Lupo, cuja sede fica em Araraquara, é fornecedora de uniformes do time.
Entre os outros patrocinadores de camisa estão Pacaembu, Unimed, DrogaVen, Poty e Unicesumar. Mas, segundo Niro, há sempre espaço para receber novos parceiros.
“Subir para a Série B acarreta em despesas. Estamos abertos a trazer novos patrocinadores e realizar a melhor entrega, para além da exposição de marca”, afirmou.
As redes sociais são outro campo para o qual a Ferroviária está atenta. O clube tem investido na produção de conteúdo para diferentes plataformas, incluindo o LinkedIn, neste caso com publicações que utilizam linguagem corporativa.
“Tem muito espaço para crescer. Queremos dobrar o número de seguidores até o fim do ano, trabalhar com dados sobre redes e hábitos de consumo, para assim fazer uma comunicação segmentada e inteligente”, disse Niro.
Clube do interior paulista tem planos para resgatar paixão dos moradores da cidade e ampliar seu programa de sócio-torcedor
Participe da IGI Expo 2025: https://igi-expo.com/