NFL ensina um MBA a cada dia às vésperas do Super Bowl

O acordo de licenciamento que a NFL fez na semana passada com a estilista Kristin Juszczyk é a aula do dia que a liga de futebol americano dá para o mercado mundial de esporte. Resumindo a história, que pode ser lida em detalhes aqui, a NFL achou um jeito de fazer dinheiro com o frenesi provocado pela cantora Taylor Swift, namorada de Travis Kelce, astro do Kansas City Chiefs, um dos times presentes no Super Bowl deste ano.

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Mas, para isso, não fechou um acordo multimilionário com a popstar.


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A NFL foi em busca de outra esposa de jogador de futebol americano, mas muito menos badalada. Kristin, que é casada com Kyle Juszczyk, do San Francisco 49ers, rival dos Chiefs na final, é designer de roupas. Foi ela quem customizou as roupas com o escudo do time de Kansas City que têm sido usadas por Taylor Swift para acompanhar os jogos da liga.

A aula dada pela liga de futebol americano é de perceber que tudo pode virar negócio. E, mais ainda, que qualquer oportunidade pode ser usada para atender a uma base de fãs, seja ela atual ou completamente nova.

A NFL tem um problema no mercado americano, que é o de ser o esporte mais popular do país, mas ainda muito restrito ao homem branco e adulto. Essa percepção ficou ainda maior na última década, com a polarização política e o veto que a liga impôs a qualquer protesto antirracismo por parte dos atletas.



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Taylor Swift vem mudando um pouco essa realidade. A cantora trouxe uma legião de fãs jovens e diversos para dentro do universo da NFL. E, para não depender apenas do amor entre Swift e Kelce, a liga está achando um jeito de atrair esses novos consumidores.

É exatamente isso que o acordo de licenciamento com Kristin Juszczyk pode representar: a chegada de um novo público para dentro da liga, que também nunca conseguiu mostrar-se detentora de um “estilo de vida”, como é a NBA, por exemplo.

Tão perto, tão longe

O sucesso comercial da NFL está vivo e claro para todo o mundo. Mas, por aqui, ainda teimamos em nos manter aparentemente distantes dessa realidade. Seguimos tratando nossos principais produtos como algo de nicho.

O futebol brasileiro, aos poucos, vai ficando cada vez mais restrito ao fanático. Os jogos com torcida única, as transmissões por streaming que reduzem o alcance de público, as discussões sem fim para formar uma liga que nunca sai do papel…

Enquanto a NFL dá aulas e mais aulas sobre como trabalhar bem o produto, seguimos achando que o mais importante, no esporte, é o que acontece dentro da competição.

Erich Beting é fundador e CEO da Máquina do Esporte, além de consultor, professor e palestrante sobre marketing esportivo

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Liga americana mostra para o mercado que é preciso estar atento às oportunidades para crescer a base de fãs
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