Desde o fim de 2024, o Manchester United investe na formação de criadores de conteúdo por meio da Creators’ Academy, um programa voltado a jovens de 18 a 25 anos de áreas “sub-representadas” de Manchester. O curso combina teoria, mentorias práticas e acesso a treinos, jogos e bastidores, com desafios criativos que estimulam formatos nativos para Instagram e TikTok.
A experiência prática inclui o chamado “Pitch Battle”, em que os participantes recebem uma tarefa ou um problema com poucas regras e precisam produzir conteúdo em tempo real com os vencedores entrando em um “Hall da Fama” do programa e retornando a ele como mentores. Fotografias, vídeos, imagens com drone e arte urbana fazem parte do portfólio buscado pelo programa, que já envolveu mais de 50 criadores durante a fase-piloto.
No plano operacional, os Red Devils passam a funcionar também como um estúdio interno. Ao integrar criadores à rotina do clube, a produção deixa de ser terceirizada e passa a nascer da vivência local, com narrativas mais autênticas e diversidade de vozes. Para o diretor de conteúdo Ian Nolan, esses criadores aproximam fãs e atletas por meio de relatos que dificilmente surgiriam em campanhas tradicionais.
O movimento conversa diretamente com a já famosa, e até certo ponto saturada, economia dos criadores de conteúdo. No Brasil, por exemplo, há quase 4 milhões de criadores e um mercado que deve movimentar até US$ 500 bilhões até 2027, mas pesquisas mostram que a audiência rejeita conteúdos claramente publicitários. A vantagem de formar profissionais internamente está em criar formatos que soem legítimos e relevantes para o público, além de ter mais controle sobre o que é dito e como isso é feito.
Porém, vale ressaltar que o que continua valendo, é claro, é a relevância, tanto da pessoa como do conteúdo. Uma pesquisa da Influency.me, por exemplo, trouxe que, entre os principais fatores de conexão, estão quando um criador aborda assuntos de interesse pessoal e quando demonstra experiência no assunto. Logo depois, vêm o carisma e a simpatia.
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Vantagem de formar profissionais internamente está em criar formatos que soem legítimos e relevantes para o público, além de ter mais controle sobre o que é dito e como isso é feito
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