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Há muito tempo se discute a questão do calendário no futebol brasileiro. São muitas competições, muitos jogos, e a falta de datas suficientes que comporte tudo isso, afinal o ano só tem 365 dias e não conseguimos esticá-lo. Como se só isso já não fosse complicado, as variadas competições, tendo mais de um parceiro de mídia, cada um com sua estratégia de programação, deixam o problema ainda mais complexo para ajustar os dias da semana e os horários em que cada time pode jogar.
Nessa questão, o primeiro ponto que vale lembrar é que aqui, no Brasil, a regra determina que o tempo entre o final de um jogo e o início de outra partida de um mesmo time deve respeitar o mínimo de 66 horas para descanso dos atletas. E este princípio é aplicado para o intervalo entre jogos de qualquer uma das competições realizadas por aqui: Brasileirão, Copa do Brasil, Estaduais e também as internacionais que envolvem times brasileiros, como a Copa Libertadores e a Copa Sul-Americana.
Até 2019, quando o Grupo Globo era o único detentor dos direitos de transmissão dos principais campeonatos, o compromisso mais firme era com as transmissões da TV Globo nas noites de quarta-feira (21h45) e nas tardes de domingo (16h). Outros jogos se adequavam facilmente às regras, pois seriam transmitidos por outras plataformas com programação 100% esportiva e em que a programação é mais flexível.
Em 2020, o SBT assumiu os direitos da Libertadores e solicitou à Conmebol a janela das 21h30 na terça-feira, o que inviabilizaria o time que joga na terça de jogar no domingo anterior, por exemplo. Depois, a partir de 2022, a TV Record passou a transmitir os Campeonatos Paulista e Carioca utilizando a janela das 18h30 aos domingos.
Em 2025, a confecção do calendário do futebol brasileiro ficou ainda mais complexa, pois temos Record, YouTube/CazéTV, Amazon e Grupo Globo transmitindo jogos do Brasileirão; TV Globo, ESPN e Paramount transmitindo jogos da Libertadores; SBT, ESPN e Paramount transmitindo jogos da Sul-Americana; e Grupo Globo e Amazon transmitindo a Copa do Brasil. São nada menos do que 6 grupos distintos, com interesses distintos, cada um promovendo as suas transmissões e a sua programação em espaços de grade que vão ao encontro das próprias estratégias para alcançar a melhor audiência e monetização possíveis.
A prioridade de confecção do calendário é da Conmebol. Depois de tudo estabelecido nas competições continentais, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), então, passa a montar o seu calendário, e como última prioridade temos as federações estaduais. Se a regra for levada ao pé da letra, fica praticamente impossível conseguir encaixar tudo, e há sempre um puxa daqui e emenda dali para tentar fazer com que todos os interesses sejam atendidos. Isso vale para interesses dos parceiros de mídia, das entidades promotoras dos campeonatos e também para os clubes que, em alguns momentos, também têm suas demandas pela questão da utilização de seus estádios para shows musicais, por exemplo.
Usando um exemplo da atual temporada: quando o SBT pede para a Conmebol que o Corinthians jogue na terça-feira para que o jogo possa ser exibido no espaço programado para ele, o clube paulista não pode jogar no domingo anterior, então, no Brasileirão, ele obrigatoriamente tem que jogar no sábado. Assim, na semana anterior, ele não pode jogar na quinta, pois não se completariam as 66 horas de descanso. Aí, então, resolvemos o caso do Corinthians, mas e quem é o adversário do Corinthians em cada um destes jogos, como fica? Este outro clube provavelmente está em alguma outra competição, então qual é o impacto disso na programação destes jogos? E como ficam Record e Globo, que poderiam também solicitar que o Corinthians jogasse no domingo para encaixar na sua programação?
Deu para entender a complexidade?
A verdade é que temos que tirar o chapéu para os diretores de competição das principais entidades do futebol na América do Sul e também para os executivos de cada grupo de mídia que se dedicam exclusivamente a ajudar na montagem desse enorme e complexo quebra-cabeça.
Evandro Figueira é vice-presidente de mídia da IMG na América Latina
Muitas competições, muitos jogos, cada vez mais grupos de mídia envolvidos e poucas datas suficientes: um quebra-cabeça que é bem complicado de resolver
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