Paciência não faz mal em Copa

Não fosse a teimosia do chefe da delegação brasileira na Suécia, Paulo Machado de Carvalho, possível que o treinador Vicente Feola tivesse cortado Pelé da Copa de 1958, depois de ter apanhado do corintiano Ari (In)Clemente, num amistoso antes do Mundial, no Pacaembu. O Marechal da Vitória pediu que o técnico esperasse um pouco mais por Pelé, que estava baleado. O Rei substituiu Dida apenas no terceiro jogo, no embate contra a União Soviética (o momento mais próximo do país com o comunismo…). 

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O resto é história. 


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Se ela vai se repetir com Daniel Alves (que não é Pelé, nem Messi foi, mas tem mais títulos na carreira que Ele…), só saberemos ao final da Copa. Isso se o reserva de Danilo atuar. E, se jogar, se for tão “criminosa” a escalaçao dele como parece ser para não poucos a convocação de quem só jogou 12 vezes na temporada. Não atua desde 23 de setembro. E, de fato, desde 2020 não tem boa sequência de futebol. 

Mas quem teria para o substituir dentro e fora de campo para a reserva de Danilo?

Rodinei vive seus melhores dias. Mas pra marcar? Marcos Rocha tem oscilado…. Fagner não está legal. Gilberto não teve chances. Émerson Royal não as aproveitou. Quem mais? A posição é carente no Brasil e no mundo. Há anos. Inclusive naquelas temporadas em que Dani foi absoluto. 



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Mas muito mais no Barcelona do que no Brasil. Dever dizer. Em 2010 o baiano era reserva de Maicon e entrou como meia, no lugar do lesionado Elano. Em 2014 foi sacado do time. Em 2018, lesionado. 

Em 2019 foi o craque da Copa América. Foi pro São Paulo. Não foi mais o mesmo. 

Mas precisa ser tão detonado? A comissão técnica merece tanta crítica por ter apostado no caráter campeão e no craque que já foi?

Muitas das críticas a ele são mais absurdas do que a lembrança dele. Algumas, lamentavelmente, parecem ter um peso maior por questões políticas. Por Daniel Alves só vestir a 13. Mas ter digitado 22 na urna. Problema dele. Mesmo. Não requer intervenção federal a escolha democrática dele. 

Clubismo político fora de campo, Daniel pode ser em parte o que já foi. Ele não está lesionado. Como Pelé em 1958. Ou mesmo Romário que esperaram se recondicionar de fratura na perna em 1990 – e não rolou. Ou o Baixinho que não esperaram se recuperar de lesão muscular em 1998 – e também não rolou. 

Em menor escala, e também por lesão, Tite teimou com Fred na Rússia. Não foi bem. 

Mas, em 2002, vindo de lesões e de falta de ritmo de jogo, Ronaldo e Rivaldo foram fenomenais. Também por estarem menos desgastados em tudo, ainda que também absurdamente cobrados. E urubuzados e abutrados. 

O que não é o caso de Dani.  Ele não  tem lesão. Ele está em boa forma física segundo os dados e treinos a que não temos acesso. Mas isso ele sempre esteve em ponto de bola. 

Falta ritmo de jogo. O que também não se pega em treinos…

Insisto. Eu também traria Daniel. Com muitas dúvidas. Mas com mais certeza do que outras apostas em melhor forma. Mas com menos qualidades que índices não detectam. Nem indicios. Muito menos alguns indiciados. 

Precisamos baixar a bola e desensarilhar as armas. O debate está tóxico demais. Invadindo questões particulares de todos os lados

Se treinadores fossem afobados, Pelé não teria jogado em 1958, e Ronaldo, em 2002.

Não fosse a teimosia do chefe da delegação brasileira na Suécia, Paulo Machado de Carvalho, possível que o treinador Vicente Feola tivesse cortado Pelé da Copa de…  

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