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Maior organização criminosa brasileira, o Primeiro Comando da Capital (PCC) estaria estendendo seus domínios sobre o futebol europeu, aproveitando o recente movimento migratório de brasileiros que escolheram morar no país da Península Ibérica.
De acordo com matéria veiculada pelo jornal português Público no último domingo (17), a organização criminosa é suspeita de tentar lavar dinheiro adquirindo Sociedades Anônimas Desportivas (o equivalente às SAFs brasileiras) nas divisões inferiores do futebol português.
Segundo a reportagem do público, no último ano empresários ligados ao PCC teriam feito investidas sobre três SADs portuguesas: Varzim, Vilaverdense e Felgueiras. Em todos os casos, porém, o negócio não avançou.
No centro dessas supostas negociações estaria Ulisses de Souza Jorge, conhecido por ser empresário do jogador da seleção brasileira Éder Militão. O agente intermediou a venda do zagueiro do Porto para o Real Madrid, pelo valor de € 50 milhões.
Jorge é proprietário da UJ Football Talent, que tem sede em Portugal e possui filiais no Brasil, e estaria sendo investigado por autoridades do país europeu, segundo informações divulgadas pelo Público.
Ainda de acordo com o jornal português, após diversas tentativas fracassadas de negociações com outras SADs, o PCC teria chegado a um acordo para adquirir a sociedade anônima do Fafe, que disputa a terceira divisão no país.
Por atuar como agente de jogadores, Jorge está impedido de integrar o capital de uma SAD, razão pela qual ele usaria os nomes de quatro sócios para ficarem à frente da operação.
De acordo com o Público, o empresário teria sido acompanhado, em diversas dessas reuniões com clubes portugueses, pelo brasileiro Christiano Lino de Menezes, que seria investigado pelas autoridades do Brasil como sendo um membro importante na organização do PCC e que chegou a ser preso por tentativa de assalto a banco, na Bahia, em 2010.
O acordo do PCC para a compra do Fafe teria sido acertado diretamente com o presidente do clube, Jorge Fernandes. No fim de outubro, segundo o público, ele chegou a ser condenado à pena suspensa de prisão de três anos, além de multa de € 45 mil euros por supostos crimes de falsificação de documentos e apoio à imigração ilegal.
O outro lado
Após a divulgação da matéria sobre as supostas ligações perigosas com o PCC, o Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) instaurou procedimento com a finalidade de apurar eventuais ilegalidades envolvendo a possível atuação da organização criminosa brasileira em SADs do país.
Em comunicado divulgado nas redes sociais, o Fafe contestou as informações veiculadas pelo Público e fez duras críticas ao jornal.
O post traz trechos de nota assinada pela UJ Football Talent, que afirma ter recebido “com total surpresa e indignação a matéria” e que a reportagem “sonegou o legítimo direito da parte interessada contribuir para o restabelecimento da verdade dos fatos”.
A publicação do Fafe ainda atesta que “não é verdadeira e é leviana a informação na qual a reportagem se baseia, de que o empresário Ulisses Jorge, CEO da UJ Football Talent, seria suspeito de gerir qualquer tipo de esquema ilegal”.
Os demais clubes citados na reportagem do Público optaram por não se pronunciar a respeito das supostas investidas feitas pelo PCC. Em suas redes sociais, o Fafe tem procurado destacar, em tempos recentes, o resultado dos investimentos feitos por sua gestão na melhoria da estrutura da equipe, com fotos de antes e depois.
Os torcedores do clube são popularmente conhecidos como “justiceiros”. O Fafe adota como lema a frase “A Justiça somos nós!”, que é estampada inclusive em produtos licenciados da equipe.
Na última semana, o Fafe ostentava em suas redes sociais foto do prêmio Quinas de Ouro 2024, distribuído pela Federação Portuguesa a diversos clubes, em reconhecimento à atuação deles em “prol de um panorama desportivo cada vez mais saudável e acolhedor”.
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Matéria do jornal português Público afirma que organização criminosa teria comprado o Fafe, que disputa a terceira divisão do país, mas clube nega
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