SBC Summit 2025: CEOs destacam riscos e recompensas da IA 

As empresas globais de jogos têm focado cada vez mais na Inteligência Artificial (IA). No entanto, utilizam a tecnologia com cautela. A tendência ficou clara durante o painel ‘Super CEO Panel: The Present and The Future of Gambling’, realizado no SBC Summit 2025, em Lisboa, que reuniu CEOs de alguns dos maiores grupos do setor.

Joanne Whittaker, da Betfred, Jesper Svensson, do Betsson Group, Neal Menashe, do Super Group, e Dan Taylor, da Flutter International, responderam às perguntas de Simon Lidzén, da Fast Track, sobre o futuro dos jogos online e o papel da IA na indústria.

Viktor Kayed, jornalista sênior de Negócios do SBC News, destacou que, embora a ferramenta já seja usada de alguma forma em todas essas empresas, os líderes concordaram em um ponto – os avanços tecnológicos no setor são inevitáveis, trazendo tanto oportunidades quanto riscos.

Dois lados da mesma moeda

Para Svensson, o real valor da IA – e, principalmente, da automação – está na capacidade de operar em níveis antes considerados impossíveis, especialmente no tratamento de dados e na gestão de fluxos de trabalho.

“Estamos começando a ver algo extraordinário. É empolgante perceber que problemas, que até pouco tempo pareciam impossíveis de resolver, agora podem ser solucionados por meio da tecnologia”, afirmou Svensson.

No entanto, a mesma ferramenta também pode gerar problemas de mesma proporção, uma vez que pode ser usada para testar a integridade da cibersegurança das empresas e ameaçá-las externamente, alertou o CEO do Betsson Group.

Whittaker destacou os riscos da IA na área de contratação, expressando preocupação com a possibilidade de o pensamento humano se tornar obsoleto, o que comprometeria completamente a capacidade de aprender.

Espera-se que a adoção da IA continue avançando em diversos setores, com destaque para a IA generativa, embora a IA analítica também esteja ganhando espaço – a indústria de apostas não é exceção, com aplicações em marketing e, especialmente, na proteção do jogador. Para Taylor e Menashe, o equilíbrio entre a adoção e o controle da ferramenta será fundamental para o futuro.

Taylor enxerga a IA como um pilar estratégico, em que a rapidez é essencial para competir em múltiplos continentes. No cenário atual, qualquer empresa pode disputar espaço graças à IA, e não apenas os líderes de mercado.

“O direito de vencer hoje não garante vitória amanhã. Estou ciente dos riscos de estagnar, mesmo ocupando posição de destaque. Hoje, a capacidade de entrar no mercado e competir é maior do que nunca, graças à maior acessibilidade para desenvolver esses produtos”, afirmou Taylor.

Varejo fideliza clientes

Os quatro CEOs também comentaram mudanças no comportamento do consumidor diante do cenário tecnológico em transformação.

Menashe destacou o crescimento dos “influenciadores de apostas”, que usam IA para gerar uma série de apostas e depois compartilham com seguidores. Taylor confirmou o fenômeno citando exemplos da Austrália e da Itália, onde as apostas sociais são muito populares.

“Grande parte do nosso negócio nesses países se desenvolve em plataformas sociais. Cerca de um quarto dos usuários acessa apostas por essas plataformas, e não por interfaces tradicionais”, disse o CEO da Flutter International.

“É fascinante ver que as gerações mais jovens interagem com os produtos de forma mais parecida com uma rede social do que com um produto de apostas”, afirmou Taylor.

Todos os painéis do SBC Summit 2025 estão disponíveis no SBC Connect. 

As empresas globais de jogos têm focado cada vez mais na Inteligência Artificial (IA). No entanto, utilizam a tecnologia com cautela. A tendência ficou clara durante o painel ‘Super CEO