Senador pede o fim dos sites de apostas no Brasil: “É hora de acabar com essa desgraça”

Declaração foi dada pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE) durante sessão.

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Brasília.- O senador Eduardo Girão (Novo-CE) pediu medidas mais rigorosas do governo e do Congresso para enfrentar o crescimento dos jogos online no Brasil. Ele destacou que milhões de brasileiros, incluindo beneficiários do Bolsa Família, estão comprometendo parte de sua renda com apostas. As declarações foram dadas em pronunciamento feito no Plenário, na última quarta-feira (9).

Conforme matéria da Agência Senado, para o senador, o governo Lula “tem as digitais de sangue nessa tragédia, porque sempre teve um posicionamento contra, mas cedeu às tentações de grupos interessados na legalização”.    

“O governo Lula não precisa esperar a CPI [que investigará empresas de apostas esportivas on-line atuantes no Brasil]. Se ainda sobrar algum resquício de moral e ética neste governo, é hora de acabar com essa desgraça. Não é fazer coisa paliativa, como tem uma ruma de projeto tramitando para segurar propaganda, não. Tem que acabar”, enfatizou.



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Girão citou um relatório do Banco Central que revelou que “oito milhões de usuários do Bolsa Família gastaram mais de R$ 11 bilhões (USS 2,2 bilhões) em apostas esportivas” entre janeiro e agosto deste ano.

Veja também: Bolsa Família em apostas: deputado apresenta projeto que proíbe o uso da conta do benefício

Ele também mencionou um levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC), indicando que 1,3 milhão de brasileiros se tornaram inadimplentes no primeiro semestre de 2024 devido ao uso excessivo de cartões de crédito em cassinos online. De acordo com o senador, o setor registra um prejuízo anual de R$ 117 bilhões (USD 23,4 bilhões), quantia que poderia ser investida no comércio em vez de ser direcionada para apostas.

O parlamentar afirmou que já havia sinalizado os riscos da modalidade de apostas e responsabilizou o Parlamento pela aprovação da legalização no país.

“Esta Casa deu um passo para essa tragédia econômica, social e humanitária. Nós estamos vendo apenas a pontinha do iceberg, porque o endividamento em massa dos brasileiros é gigantesco e vai produzir muitos estragos ainda. O comércio está perdendo. O dinheiro de impostos que se pagam no comércio está indo para casas de apostas, ou seja, beneficiando muito poucos em detrimento de milhões de pessoas. E devastando famílias, vidas estão sendo perdidas com o suicídio”, afirmou.

Lula afirmou que pode acabar com bets caso regulamentação não seja efetiva

No dia 6 de outubro, após votar em São Bernardo do Campo (SP), o presidente Lula (PT) declarou que, embora essa não seja sua intenção, ele pode “acabar” com as apostas esportivas no Brasil se a regulamentação das empresas de apostas não for eficaz. Segundo ele, é necessário avaliar quais benefícios o setor pode trazer para a sociedade.

“Estamos fazendo uma regulação [das bets], e ainda no mês de outubro nós vamos tirar pelo menos 2 mil sites de apostas nesse país, e depois vamos saber o que a regulamentação vai garantir de benefício, de certeza que a coisa está sendo feita com seriedade. Se não der resultado com a regulamentação, eu não terei nenhuma dúvida em acabar definitivamente com isso. Nenhuma dúvida”, declarou o presidente em matéria publicada pelo Poder 360.

Lula afirmou que as pessoas estão “doentes” devido ao vício em apostas excessivas no país, o que torna necessária uma regulação. Ele destacou que não pode permitir que as apostas se tornem um problema de dependência.

Lula falou com a imprensa após votar (Foto: Roberto Sungi-Ato Press-Estadão Conteúdo)

“Eu conheço gente que perdeu casa, eu conheço gente que perdeu carro, eu conheço gente que gastava o salário todo numa sexta e sábado. Isso não é viciado em jogo, isso é uma doença que nós temos que tratar também com o aspecto da saúde. E falando da regulamentação, na semana que vem deve estar totalmente pronta a regulamentação. Vamos ver o resultado. Se não der resultado, nós acabamos com isso”, afirmou.

O presidente reconheceu, entretanto, que eliminar as apostas no Brasil é uma medida impraticável, na realidade.

“Você não vai nunca evitar que o povo brasileiro aposte. Nesse país é proibido briga de galo e você sabe que tem briga de galo. Nesse país é proibido jogo do bicho e todo mundo sabe que vai comprar pão e faz um até no papel do pão. Eu não quero impedir o povo de fazer aposta, porque no mundo inteiro o povo gosta de apostar”, ressaltou.

Veja também: Saiba como foi a reunião entre o presidente Lula e ministros para discutir redução dos impactos das apostas

Na oportunidade, Lula também comentou sobre o tema que tem gerado uma enorme discussão que é o uso dos recursos do programa Bolsa Família em apostas online. O presidente afirmou que não aceita que beneficiários utilizem o dinheiro para apostar.

“É bem possível que tenha alguém fazendo isso, mas é importante lembrar que muitas vezes quem recebe o Bolsa Família é a mulher, e dificilmente a mulher vai gastar dinheiro do filho jogando em qualquer outra coisa“, afirmou.

“A mulher não vai trocar o certo pelo duvidoso, não vai trocar os R$ 10 na perspectiva de ganhar R$ 100”, acrescentou.

Declaração foi dada pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE) durante sessão.

Brasília.- O senador Eduardo Girão (Novo-CE) pediu medidas mais rigorosas do governo e do Congresso para enfrentar o crescimento dos jogos online no Brasil. Ele destacou que milhões de brasileiros, incluindo beneficiários do Bolsa Família, estão comprometendo parte de sua renda com apostas. As declarações foram dadas em pronunciamento feito no Plenário, na última quarta-feira (9).

Conforme matéria da Agência Senado, para o senador, o governo Lula “tem as digitais de sangue nessa tragédia, porque sempre teve um posicionamento contra, mas cedeu às tentações de grupos interessados na legalização”.    

“O governo Lula não precisa esperar a CPI [que investigará empresas de apostas esportivas on-line atuantes no Brasil]. Se ainda sobrar algum resquício de moral e ética neste governo, é hora de acabar com essa desgraça. Não é fazer coisa paliativa, como tem uma ruma de projeto tramitando para segurar propaganda, não. Tem que acabar”, enfatizou.

Girão citou um relatório do Banco Central que revelou que “oito milhões de usuários do Bolsa Família gastaram mais de R$ 11 bilhões (USS 2,2 bilhões) em apostas esportivas” entre janeiro e agosto deste ano.

Veja também: Bolsa Família em apostas: deputado apresenta projeto que proíbe o uso da conta do benefício

Ele também mencionou um levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC), indicando que 1,3 milhão de brasileiros se tornaram inadimplentes no primeiro semestre de 2024 devido ao uso excessivo de cartões de crédito em cassinos online. De acordo com o senador, o setor registra um prejuízo anual de R$ 117 bilhões (USD 23,4 bilhões), quantia que poderia ser investida no comércio em vez de ser direcionada para apostas.

O parlamentar afirmou que já havia sinalizado os riscos da modalidade de apostas e responsabilizou o Parlamento pela aprovação da legalização no país.

“Esta Casa deu um passo para essa tragédia econômica, social e humanitária. Nós estamos vendo apenas a pontinha do iceberg, porque o endividamento em massa dos brasileiros é gigantesco e vai produzir muitos estragos ainda. O comércio está perdendo. O dinheiro de impostos que se pagam no comércio está indo para casas de apostas, ou seja, beneficiando muito poucos em detrimento de milhões de pessoas. E devastando famílias, vidas estão sendo perdidas com o suicídio”, afirmou.

Lula afirmou que pode acabar com bets caso regulamentação não seja efetiva

No dia 6 de outubro, após votar em São Bernardo do Campo (SP), o presidente Lula (PT) declarou que, embora essa não seja sua intenção, ele pode “acabar” com as apostas esportivas no Brasil se a regulamentação das empresas de apostas não for eficaz. Segundo ele, é necessário avaliar quais benefícios o setor pode trazer para a sociedade.

“Estamos fazendo uma regulação [das bets], e ainda no mês de outubro nós vamos tirar pelo menos 2 mil sites de apostas nesse país, e depois vamos saber o que a regulamentação vai garantir de benefício, de certeza que a coisa está sendo feita com seriedade. Se não der resultado com a regulamentação, eu não terei nenhuma dúvida em acabar definitivamente com isso. Nenhuma dúvida”, declarou o presidente em matéria publicada pelo Poder 360.

Lula afirmou que as pessoas estão “doentes” devido ao vício em apostas excessivas no país, o que torna necessária uma regulação. Ele destacou que não pode permitir que as apostas se tornem um problema de dependência.

Lula falou com a imprensa após votar (Foto: Roberto Sungi-Ato Press-Estadão Conteúdo)

“Eu conheço gente que perdeu casa, eu conheço gente que perdeu carro, eu conheço gente que gastava o salário todo numa sexta e sábado. Isso não é viciado em jogo, isso é uma doença que nós temos que tratar também com o aspecto da saúde. E falando da regulamentação, na semana que vem deve estar totalmente pronta a regulamentação. Vamos ver o resultado. Se não der resultado, nós acabamos com isso”, afirmou.

O presidente reconheceu, entretanto, que eliminar as apostas no Brasil é uma medida impraticável, na realidade.

“Você não vai nunca evitar que o povo brasileiro aposte. Nesse país é proibido briga de galo e você sabe que tem briga de galo. Nesse país é proibido jogo do bicho e todo mundo sabe que vai comprar pão e faz um até no papel do pão. Eu não quero impedir o povo de fazer aposta, porque no mundo inteiro o povo gosta de apostar”, ressaltou.

Veja também: Saiba como foi a reunião entre o presidente Lula e ministros para discutir redução dos impactos das apostas

Na oportunidade, Lula também comentou sobre o tema que tem gerado uma enorme discussão que é o uso dos recursos do programa Bolsa Família em apostas online. O presidente afirmou que não aceita que beneficiários utilizem o dinheiro para apostar.

“É bem possível que tenha alguém fazendo isso, mas é importante lembrar que muitas vezes quem recebe o Bolsa Família é a mulher, e dificilmente a mulher vai gastar dinheiro do filho jogando em qualquer outra coisa“, afirmou.

“A mulher não vai trocar o certo pelo duvidoso, não vai trocar os R$ 10 na perspectiva de ganhar R$ 100”, acrescentou.