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Neste domingo (11), a partir das 20h30 (horário de Brasília), Kansas City Chiefs e San Francisco 49ers disputarão o Super Bowl LVIII, que acontecerá no Allegiant Stadium, em Las Vegas. Em pleno Carnaval, pode até parecer ilusão pensar que milhões de brasileiros deixarão a folia de lado para assistir a um futebol bem diferente daquele que se está acostumado por aqui, ainda mais por este ser praticado com as mãos. Contudo, não é isso o que deve se observar no fim de semana.
Entre 2013 e 2023, o público consumidor da NFL no Brasil cresceu cerca de 270%, atingindo uma base de 38 milhões de fãs no ano passado, segundo um levantamento do Ibope Repucom. Um ano antes, o mesmo estudo apontava para uma marca de 35,4 milhões de torcedores da liga no país.
Já em relação à audiência na televisão, a última edição do Super Bowl foi assistida por 2,5 milhões de pessoas no Brasil, o que mostra que o futebol americano ainda pode ser considerado um produto de nicho por aqui. Apesar disso, esse número tem grandes chances de ser superado neste ano, tendo em vista o processo de consolidação e a compreensão do mercado brasileiro sobre o que é e como funciona a modalidade, além da maturação da RedeTV! como emissora oficial da NFL na TV aberta.
O canal, que exibe a competição desde 2022, fechou com sete patrocinadores para a transmissão do Super Bowl deste ano: Aiwa, Itaú, KFC, Mycon, New Era, Perdigão e Pizza Hut.
Já a ESPN, que mostra a NFL no Brasil desde 1992 e alcançou índices de audiência superiores aos da RedeTV! nos últimos dois Super Bowls, mesmo na TV fechada, conta com três parceiros comerciais para a temporada 2023/2024, C6 Bank, Ford e Vivo, além de acordos pontuais com Heineken e Movida para a decisão deste domingo (11) e uma cota de participação com a Engie.
NFL in Brasa
Outro atrativo para o público brasileiro no Super Bowl LVIII é o NFL in Brasa, maior evento internacional da liga no mundo, que chega à sua segunda edição em 2024. No ano passado, cerca de 7 mil pessoas compareceram à ativação que aconteceu durante dois dias na cidade de São Paulo. Para este ano, a expectativa dos organizadores é superar esse número, ainda mais porque serão três dias de evento.
O NFL in Brasa de 2024 será realizado no Espaço Arca, localizado na Vila Leopoldina, bairro da zona oeste da capital paulista, entre sexta-feira (9) e domingo (11). Como principais atrações, o evento oferece estações de desafios envolvendo o futebol americano, como passes, chutes que simulam field goals e recepções de lançamentos, entre outros.
Videogames com o título Madden, franquia de jogos eletrônicos da NFL, também estarão disponíveis ao público, assim como exposição de capacetes dos times da liga e loja de produtos oficiais. Durante a disputa do Super Bowl, o jornalista Rômulo Mendonça ainda fará a narração da partida com exclusividade para quem estiver no evento.
Parceiros regionais da NFL para o mercado brasileiro, XP e Perdigão também serão patrocinadoras do NFL in Brasa, assim como Hellmann’s, Prefeitura de São Paulo e SPTuris. O evento ainda deve contar com ativações dessas marcas para o público, além de diversas opções gastronômicas, como estandes de churrasco americano e outras especialidades.
Impacto nos EUA
Nos Estados Unidos, o cenário é outro. O país está prestes a vivenciar o seu principal evento esportivo de 2024, que deve alcançar a maior audiência televisiva do ano nos EUA, podendo superar os 200 milhões de telespectadores, de acordo com uma pesquisa da Federação Nacional de Varejo do país (NRF), e proporcionar para as marcas uma excelente visibilidade, além da oportunidade de conexão dentro do mercado norte-americano.
Não à toa, a Apple Music paga por volta de US$ 50 milhões por ano à NFL para apresentar o Show do Intervalo do Super Bowl, uma das principais atrações do evento, principalmente em termos internacionais. Eventualmente, o show de cerca de 15 minutos chega a ser mais relevante do que aquilo que acontece durante o jogo. Neste ano, o cantor Usher será o comandante da atração.
Em relação à publicidade, a CBS, uma das principais emissoras dos Estados Unidos, esgotou todas as suas cotas comerciais para a transmissão do Super Bowl LVIII ainda em novembro do ano passado. Para o evento, cada anúncio de 30 segundos estaria custando US$ 7 milhões, segundo fontes do mercado, o que equivale a quase R$ 35 milhões pelo espaço.
A pesquisa da NRF ainda aponta que o impacto econômico do Super Bowl LVIII deve ser na ordem de US$ 17,3 bilhões. Esse valor considera gastos com alimentos, bebidas, peças de vestuário e uma série de outras categorias relacionadas ao evento. Além disso, a Câmara de Comércio dos Estados Unidos ainda diz que a partida deverá movimentar outros US$ 500 milhões apenas na economia de Las Vegas.
Ingresso salgado
O preço para assistir a um Super Bowl in loco nunca foi dos mais convidativos. Porém, em 2024, o montante necessário para acompanhar a decisão chegou a outro patamar. Em relação à edição do ano passado, o valor médio dos ingressos subiu 69% e, com isso, atingiu os maiores índices já registrados na história do evento.
Considerando apenas os pontos de venda oficiais, os preços para estar no Super Bowl LVIII variam de US$ 6,3 mil a quase US$ 29 mil por um único ingresso. Um dos motivos para esse aumento é a capacidade do Allegiant Stadium, de 65 mil pessoas, que corresponde à quinta menor dos estádios da NFL.
Porém, apenas a capacidade não justifica essa alta nos preços. Isso porque a edição de 2023 do Super Bowl foi disputada no State Farm Stadium, em Glendale, no Arizona, que comporta menos pessoas que o Allegiant Stadium, e ainda assim teve ingressos consideravelmente mais baratos. Dessa forma, um outro fator que contribui para este aumento é a estreia do evento em Las Vegas.
A cidade, que esteve bem distante dos holofotes dos principais eventos esportivos do mundo há alguns anos, por conta da associação com jogos de azar e outros elementos que fizeram o local ser conhecido como “Cidade do Pecado”, passou por uma grande transformação e, hoje, virou objeto de desejo das entidades esportivas.
Até mesmo a Fórmula 1 desembarcou na cidade em 2023, com um Grande Prêmio repleto de inovações e tecnologias. Além disso, os diversos ativos que Las Vegas oferece para incrementar o principal produto esportivo dos Estados Unidos, como a recém-inaugurada Sphere e um estádio ultramoderno, têm um preço e, no Super Bowl LVIII, sobrou para o público pagar parte dessa conta.
*Estagiário da Máquina do Esporte, sob supervisão de Adalberto Leister Filho
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Mesmo com público crescente e marcas locais cada vez mais atentas, futebol americano ainda pode ser considerado um nicho no país
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