Técnico iraniano faz estreia no Piauí, sofre ataques de torcedores e jogadores e renuncia cargo: “Não estava em clube profissional e sim em uma escolinha de futebol”

Torcedores disseram que o treinador iria colocar uma bomba em campo, enquanto jogadores se recusaram a entrar no estádio

Koosha Delshad renunciou o seu cargo de treinador do Comercial-PI. Em um forte relato, o técnico iraniano relatou que sofreu ataques xenófobos, além de complicações com jogadores, em sua partida de estreia pelo clube. De acordo com ele, torcedores o chamaram de terrosita, além de afirmar que Delshad colocaria uma bomba no campo.

 

Na sua estreia, o time de Koosha foi goleada, por 4 a 0, diante o River-PI, em jogo pela 6ª rodada do estadual. “Não acredito que um treinador que assuma um clube na zona de rebaixamento, que não pontua, não marca gols, com apenas dois dias de treinos faça milagre; nem que ele mereça xingamentos preconceituosos e xenofóbicos, como gritos: “Hey, treinador terrorista!” e etc”, começou o técnico. 

“É inacreditável que essas ações tenham começado um dia antes nas redes sociais e continuado desde o primeiro minuto de jogo pelos torcedores que estavam ao lado do banco de reserva”, seguiu ele. “Mesmo tendo conhecimento da situação do clube, da falta de equipamentos necessários, assumi a parte técnica, mas não poderia imaginar que no dia do jogo três jogadores anunciariam que não entrariam no estádio!“, desabafou Delshad.

O iraniano continuou e fez fortes críticas, além de deixar um recado para os torcedores. “Foi quando percebi que eu não estava em clube profissional e sim em uma escolinha de futebol. Quero falar com torcedores que desde o aquecimento começaram a xingar, se vocês não gostam que eu esteja aí, ao menos gostem do clube”, seguiu ele.

Em outro trecho, ele falou que só queria ajudar o clube. “Eu estava lá para ajudar o futebol da cidade, um clube tradicional que está vivendo uma situação anormal, mas percebi que não existe uma determinação por esse objetivo. Minha intenção foi ajudar, mas pela falta de apoio e pelos crimes de xenofobia durante os 90 minutos no estádio, eu renuncio ao cargo da parte técnica do Clube Comercial de Piauí. Tomara que um dia isso acabe no país do futebol”, finalizou Delshad.

Torcedores disseram que o treinador iria colocar uma bomba em campo, enquanto jogadores se recusaram a entrar no estádio Koosha Delshad renunciou o seu cargo de treinador do Comercial-PI. Em um forte relato, o técnico iraniano relatou que sofreu ataques xenófobos, além de complicações com jogadores, em sua partida de estreia pelo clube. De acordo com ele, torcedores o chamaram de terrosita, além de afirmar que Delshad colocaria uma bomba no campo.

Na sua estreia, o time de Koosha foi goleada, por 4 a 0, diante o River-PI, em jogo pela 6ª rodada do estadual. “Não acredito que um treinador que assuma um clube na zona de rebaixamento, que não pontua, não marca gols, com apenas dois dias de treinos faça milagre; nem que ele mereça xingamentos preconceituosos e xenofóbicos, como gritos: “Hey, treinador terrorista!” e etc”, começou o técnico. 

Foto: Reprodução/Instagram/@kooshadelshad

“É inacreditável que essas ações tenham começado um dia antes nas redes sociais e continuado desde o primeiro minuto de jogo pelos torcedores que estavam ao lado do banco de reserva”, seguiu ele. “Mesmo tendo conhecimento da situação do clube, da falta de equipamentos necessários, assumi a parte técnica, mas não poderia imaginar que no dia do jogo três jogadores anunciariam que não entrariam no estádio!”, desabafou Delshad.

Três dias atrás, o Comercial, lanterna do Campeonato Piauiense, anunciou a contratação do treinador iraniano Koosha Delshad. Mas o trabalho de Delshad durou só dois dias: ele pediu demissão ontem após sofrer constantes ataques xenofóbicos. pic.twitter.com/0VAD7QPMOK — Copa Além da Copa (@copaalemdacopa)
February 3, 2023

O iraniano continuou e fez fortes críticas, além de deixar um recado para os torcedores. “Foi quando percebi que eu não estava em clube profissional e sim em uma escolinha de futebol. Quero falar com torcedores que desde o aquecimento começaram a xingar, se vocês não gostam que eu esteja aí, ao menos gostem do clube”, seguiu ele.

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Em outro trecho, ele falou que só queria ajudar o clube. “Eu estava lá para ajudar o futebol da cidade, um clube tradicional que está vivendo uma situação anormal, mas percebi que não existe uma determinação por esse objetivo. Minha intenção foi ajudar, mas pela falta de apoio e pelos crimes de xenofobia durante os 90 minutos no estádio, eu renuncio ao cargo da parte técnica do Clube Comercial de Piauí. Tomara que um dia isso acabe no país do futebol”, finalizou Delshad.