UFC topa pagar US$ 335 milhões para se livrar de ação judicial de US$ 1,6 bilhão

No ano em que celebra três décadas de existência, o Ultimate Fighting Championship (UFC), principal organização de Artes Marciais Mistas (MMA, na sigla em inglês) do planeta, conseguiu livrar-se de uma disputa bilionária na Justiça.

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Hoje propriedade da Endeavor e integrante da holding TKO, que conta também com a participação do World Wrestling Entertainment (WWE), o UFC enfrentava, desde 2014, um processo movido com por um grupo de ex-lutadores, com base na legislação antitruste dos Estados Unidos, que têm por objetivo proteger a livre concorrência e evitar a criação de monopólios econômicos ou cartéis no país.


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O caso estava com julgamento marcado para o próximo em 15 de abril. Porém, no último dia 13, a TKO aceitou fazer um acordo de US$ 335 milhões (o equivalente R$ 1,669 bilhão, pela cotação atual) para evitar que o desfecho ocorresse nos tribunais. Se a empresa fosse condenada, amargaria um prejuízo de até US$ 1,6 bilhão (R$ 7,96 bilhões).

Em comunicado encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, na última quarta-feira (20), a TKO confirmou o acordo (firmado em duas ações diferentes) e informou que os pagamentos seriam feitos de forma parcelada.

A ação mais antiga desse imbróglio jurídico era movida pela Associação dos Lutadores de MMA (MMAFA). Em post publicado no X (antigo Twitter) e que traz fotos de lutadores que encabeçaram o processo, como Brandon Vera, Carlos Newton, Cung Le, Jon Fitch, Kajan Johnson e Nate Quarry, a entidade trabalhista celebrou o desfecho do caso.



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“Estamos satisfeitos com o acordo e divulgaremos mais quando protocolarmos na Corte, dentro de 45 a 60 dias”, afirma a publicação, que também foi feita na última quarta-feira.

We are pleased with the settlement and will disclose more when we file with the Court in 45-60 days.

We Love All of these guys!

pic.twitter.com/jetH24vUQ1

— MMAFA (@MMAFA) March 20, 2024

O processo começou quando Le e outros lutadores resolveram apelar aos tribunais, acusando o UFC de manter um esquema destinado a controlar o mercado, impedindo a livre concorrência.

Entre as práticas supostamente ilegais apontadas pelos autores da ação constavam desde coerção e contratos de exclusividade que impediam lutadores de manter vínculo com outras organizações, até a aquisição de empresas concorrentes, visando eliminar a competição no mercado de MMA.

O objetivo desse esquema de truste, segundo os autores do processo, seria reduzir artificialmente os salários dos lutadores e eliminar seus direitos trabalhistas, ocasionando prejuízos que ultrapassariam US$ 1 bilhão (R$ 4.975.500) aos competidores ligados ao UFC.

Desde que esse primeiro processo teve início, diversas outras ações semelhantes passaram a ser movidas por outros grupos de lutadores, contra o UFC, na Justiça dos Estados Unidos.

Com o acordo firmado, a organização de artes marciais terá uma economia que pode chegar a US$ 1,265 bilhão (quase R$ 6,3 bilhões), em comparação ao que poderia perder em caso de uma condenação.

Vale lembrar que esse acordo ainda depende da assinatura do juiz Richard Boulware, do Tribunal Distrital de Nevada, para se tornar válido e evitar o julgamento.

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Organização de artes marciais mistas foi alvo de processo, com base na legislação antitruste dos Estados Unidos
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