Marek Suchar, cofundador e diretor-geral da Oddin.gg, compartilhou no SBC News uma análise exclusiva sobre as oportunidades iminentes no mercado de eSports e apostas.
Dizem que ver é acreditar. Mas nas apostas em eSports, grande parte do que define os resultados nem sempre está visível na transmissão principal. Mudanças na economia do jogo, rotações e configurações de entrada são decisões-chave que determinam uma rodada e acontecem fora de câmera, embora os apostadores precisem reagir a elas em tempo real.
Isso não era um grande problema quando as apostas pré-jogo dominavam, mas hoje o ritmo é ditado pelo “ao vivo”. Em 2024, uma média de 85% do faturamento de eSports entre os parceiros da Oddin.gg veio de apostas ao vivo, contra apenas 15% no pré-jogo. Os apostadores não querem se preparar para a partida. Eles querem reagir durante o jogo.
A diferença está no fato de que a maioria das transmissões dentro das casas de apostas ainda se comporta como transmissões tradicionais: uma câmera, um ângulo, uma narrativa. Enquanto isso, as partidas de eSports acontecem simultaneamente em várias áreas do mapa, e decisões táticas costumam ser tomadas muito antes do confronto visível. Esse descompasso força os apostadores a tomar decisões ao vivo com base em um contexto incompleto.
Não é um problema de conteúdo. É um problema de arquitetura.
As lacunas de visualização em eSports viraram lacunas comerciais
Muitos operadores já transmitem eSports diretamente nas casas de apostas, o que foi um avanço relevante. Ainda assim, a maioria das transmissões oferece uma experiência passiva, pensada para espectadores ocasionais, e não para quem toma decisões. Em um setor em que a maior parte do faturamento acontece ao vivo, a visualização passiva se torna um gargalo.
Quando um jogador sai da plataforma para ver um replay, consultar um minimapa ou abrir outra janela em busca de informação, surgem três padrões: interrupção da sessão, perda de confiança na decisão e, em alguns casos, a próxima oportunidade ao vivo simplesmente desaparece.
É justamente aí que está o maior valor das apostas em eSports. Interação não é apenas oferecer mais mercados, mas torná-los relevantes no exato momento em que a aposta é feita.
Os operadores já melhoraram a oferta de eSports – mais títulos e dados mais rápidos -, mas o principal desafio de engajamento passa, cada vez mais, por observar, compreender e agir.
O público de eSports não é passivo
Fãs de jogos virtuais não consomem conteúdo digital de forma passiva. Em plataformas de streaming, redes sociais e entretenimento sob demanda, estão acostumados a escolher o foco, rever momentos-chave e acompanhar a parte da ação que mais importa. Os próprios jogos reforçam esse hábito, com mudanças constantes de perspectiva e leitura espacial em tempo real.
A transmissão ao vivo tradicional nas casas de apostas nem sempre reflete esse comportamento. Um único sinal conta uma história, mesmo quando várias se desenvolvem ao mesmo tempo no mapa. Isso funciona para o público geral, mas apostadores ao vivo querem entender por que algo acontece, não apenas o que aparece na tela.
A oportunidade está em alinhar a experiência de visualização à forma como os fãs de eSports já interagem com conteúdo digital: de maneira mais ativa, exploratória e orientada à informação que sustenta decisões em tempo real.
Clareza virou a principal ferramenta de engajamento
Apostas ao vivo dependem de percepção, e percepção exige contexto, algo que raramente cabe em uma janela de transmissão padrão.
Soluções como os widgets de eSports da Oddin.gg já atendem parte dessa demanda ao oferecer informações da partida, estatísticas ao vivo e contexto direto na experiência de apostas, sem forçar o usuário a buscar dados fora da plataforma. Isso se torna ainda mais relevante com o crescimento de mercados focados em jogadores, como total de eliminações, em que o apostador naturalmente quer acompanhar o atleta ligado à sua aposta.
É também por isso que recursos como o BetBuilder da Oddin.gg, tanto no pré-jogo quanto ao vivo, ganharam tração. Eles permitem que o apostador expresse o que realmente acredita que vai acontecer, em vez de escolher opções genéricas. Quando as decisões refletem a própria leitura do jogo, o engajamento aumenta.
Ainda assim, mesmo com produtos contextuais sólidos, detalhes decisivos continuam ocorrendo fora da tela. Essa lacuna se tornou a próxima fronteira para os operadores.
O mercado caminha para a visualização nativa das apostas
Um avanço relevante do último ano é que a visualização interativa deixou de ser apenas teoria. Uma nova geração de camadas de visualização “nativas de apostas” começa a surgir em ambientes reais, complementando transmissões existentes em vez de substituí-las.
A Oddin.gg apresentou recentemente o BetPeek, uma camada interativa que permite aos apostadores explorar partidas ao vivo de Counter-Strike 2 (CS2) diretamente na casa de apostas. Em vez de ficarem presos a uma única transmissão, os usuários podem trocar de perspectiva, retroceder momentos críticos, verificar posicionamentos táticos ou ativar a visão de raio X durante rotações. A visualização deixa de ser consumo passivo e vira exploração ativa.
Nos últimos ciclos de torneios de CS2, mais de um em cada cinco apostadores ativos utilizou o BetPeek, permanecendo cerca de sete minutos no visualizador interativo e gerando um engajamento de duas a três vezes maior do que nas transmissões padrão. O uso cresceu nas rodadas finais, indicando que os usuários retornaram voluntariamente.
Para os operadores, o BetPeek já está disponível dentro do ecossistema completo de apostas em eSports da Oddin.gg e pode ser ativado pelos mesmos fluxos de integração usados em outras soluções da empresa, exigindo pouco esforço contínuo após a ativação.
Não é sobre streaming, é sobre engajamento
As apostas em eSports sempre exigiram decisões rápidas e interpretação tática complexa. Por anos, essa interpretação aconteceu fora das casas de apostas. Os usuários trocavam de aba, buscavam contexto e voltavam para apostar, quando ainda era possível.
Agora, visualização e apostas finalmente convergem no mesmo espaço e ao mesmo tempo. Quando isso acontece, “engajamento” deixa de ser um termo de marketing e se torna uma vantagem estrutural.
Operadores que incorporam contexto ao seu ecossistema não precisam forçar o apostador a ficar mais tempo. A clareza faz isso naturalmente.
O que isso sinaliza para quem toma decisões
A visualização ativa não substitui odds ou mercados. Ela se torna a base que dá relevância a essas ferramentas. A questão não é se a visualização interativa se tornará padrão nas apostas em eSports, mas quão rápido os operadores irão adotá-la diante da crescente pressão por engajamento.
A próxima vantagem competitiva não virá de mais mercados ou interfaces mais chamativas, mas da redução da fricção entre ver, compreender e agir.
Quando esses passos se tornam uma experiência contínua, o valor do ao vivo cresce de forma orgânica. O BetPeek é apenas a evidência mais visível dessa direção hoje.
Reflexões finais da Oddin.gg
Apostadores de eSports já têm alto conhecimento do jogo e fluidez digital. Quanto mais as casas de apostas respeitarem esse perfil com clareza ao vivo, apostas personalizadas e controle interativo, maior será o engajamento natural. O papel do operador não é empurrar o usuário para apostar, mas permitir que ele compreenda o que está acontecendo sem sair do ambiente da plataforma.
É para esse caminho que o futuro do engajamento em eSports aponta: participação, não observação. E esse futuro está chegando mais rápido do que grande parte da indústria esperava.
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Marek Suchar, cofundador e diretor-geral da Oddin.gg, compartilhou no SBC News uma análise exclusiva sobre as oportunidades iminentes no mercado de eSports e apostas. Dizem que ver é acreditar. Mas
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