Dos games ao futebol: Nyvi Estephan assume time na Kings League e revela bastidores da nova jornada

Conheci Nyvi Estephan em 2017, durante a primeira edição da GameXP, onde ela brilhava como a grande “host” da arena com a maior tela de games do mundo. Desde então, ela apresentou todas as edições da GameXP, momentos que guardo com muito carinho.

Com uma carreira que começou em 2013, Nyvi rapidamente se destacou no universo dos games e e-Sports, tornando-se uma das principais apresentadoras da América Latina e a terceira do mundo, segundo o eSports Awards 2019. Sua trajetória de sucesso a levou à TV Globo, ao Sportv e ao Prêmio Esports Brasil, que comandou desde a primeira edição. Além disso, ela já foi embaixadora de marcas como Playstation, HyperX e Acer. Hoje, acumula aproximadamente 7 milhões de seguidores nas redes sociais, consolidando sua influência.

Mas como gosta de uma aventura, Nyvi recentemente emprestou o seu nome e assumiu a presidência do Nyvelados FC, um dos times da Kings League Brasil. A Kings League é uma liga de futebol inovadora, que mistura o esporte tradicional com elementos de games, tornando os jogos mais dinâmicos e estratégicos. Cada time conta com 13 jogadores no elenco, com 7 em campo por vez, e regras diferenciadas, como cartas especiais que podem mudar o rumo da partida.

A Kings League Brasil começou no último sábado (29). E o Nyvelados FC ganhou os dois primeiros jogos.

É uma honra poder conversar com alguém que transforma paixão em profissão e que continua se transformando e buscando novos horizontes para crescer. Abaixo, coloco o bate-papo que tive com Nyvi antes dessa estreia.

Roberta Coelho (RC): Nyvi, você é um verdadeiro ícone dos games e dos e-Sports, uma referência que todo mundo quer por perto, seja o público ou as marcas. Mas antes de chegar aonde está hoje, teve toda uma jornada. O que te levou a entrar no mundo dos games? Teve algum momento específico em que você pensou: “É isso, vou fazer carreira aqui”? E quais foram os maiores desafios para se consolidar como uma das vozes mais fortes do cenário? 

Nyvi Estephan (NE): Chega a ser engraçado quando penso em todas as circunstâncias que me levaram até onde estou hoje. Não era um sonho, pois quase não existiam profissionais no cenário de transmissão e competição quando comecei, e como se sonha com algo que não existe? Mas era uma paixão e, talvez, as frustrações que tive no mercado da moda e indumentária (no qual sou graduada) me fizeram mergulhar de cabeça no meu hobby e transformá-lo em uma profissão. Tardou anos até que as competições começassem a se consolidar, e eu entendesse que essa poderia ser a minha carreira. Enfrentei muitos desafios, mas creio que os empecilhos são inerentes a qualquer profissão. No meu caso, sempre tentei transformar as dificuldades em oportunidades, e foi o que fiz nos últimos mais de 10 anos de profissão.

RC: Agora você está embarcando no futebol, outro universo cheio de paixão e rivalidade. Como surgiu essa oportunidade de estar na Kings League? Seis meses atrás, se alguém te dissesse que você estaria presidindo um time de futebol, você acreditaria? O que mais te empolgou nesse desafio e como foi tomar essa decisão?

NE: Foi uma grande loucura. Eu nunca imaginei fazer parte de algo assim, mas, quando recebi o convite do Piqué [Gerard Piqué, ex-zagueiro espanhol, criador da Kings League], já conhecia a liga e sabia do seu potencial. Então, mesmo prevendo os desafios que viriam pela frente, não havia espaço para dizer não. Eu adoro embarcar em projetos novos, e este, em especial, me atraiu demais, principalmente ao considerar toda a inovação e entretenimento que a liga traz.

RC: Pouca gente sabe, mas sou apaixonada por futebol desde pequena, supertorcedora, mas sempre fui um fiasco em campo. Nunca tentei evoluir no esporte, mas também não acho que você precise jogar para gostar e entender. O mesmo acontece nos games, né? Você já era fã de futebol antes? E como está sendo essa adaptação à rotina de um time, conciliando com sua vida nos games?

NE: Honestamente, nunca entendi muito de futebol e muito menos estive em muitos gramados. Eu era uma criança gamer e jogava mais jogos intelectuais (como cartas, tabuleiros e RPG) do que os físicos. Mas, apesar da diferença gritante, creio que toda a minha expertise em competições e bastidores de e-Sports me ajudará na missão de presidir o time. Isso e, obviamente, a formação de uma equipe extremamente competente de técnicos e preparadores físicos, que foi nossa grande prioridade ao iniciarmos os trabalhos da equipe.

Por enquanto, a rotina está mais intensa do que eu previa, mas creio que faz parte da construção dessa história. Entretanto, até que estou conseguindo conciliar bem e sigo acompanhando e apresentando grandes competições de esportes eletrônicos também.

RC: Você já passou pelo Esporte Espetacular e pelo Sportv, mas agora está assumindo um papel ainda mais ativo dentro do futebol, que é a grande paixão nacional. Isso, com certeza, abre um monte de oportunidades, tanto para você quanto para o Nyvelados. Como você enxerga essa nova fase da sua carreira? Já surgiram novas possibilidades que antes nem passavam pela sua cabeça?

NE: Justamente pelo trabalho que fiz em grandes programas e canais esportivos, e até em outras áreas do entretenimento, eu imaginava que, em algum momento, precisaria aprender mais sobre o esporte. Eu costumava brincar com a minha família: “Me ensinem, porque sei que uma hora vou ter que aprender futebol”. E essa hora chegou da melhor forma possível: com uma liga que mistura essa paixão nacional, como você bem mencionou, com gamificação e entretenimento.

Vejo essa como a oportunidade mais incrível para me aproximar desse universo, pois acredito que a liga não atrairá apenas amantes do futebol, mas também o público geral de streaming, já que tem um apelo muito forte de games e reality show.

Roberta Coelho é CEO da equipe de e-Sports MIBR e criadora da WIBR, ecossistema de ações que busca trazer mais mulheres para o universo dos games. Além disso, é cocriadora e ex-CEO da Game XP e ex-head de desenvolvimento de negócios e ex-diretora comercial do Rock in Rio

Com carreira consolidada no universo dos e-Sports e 7 milhões de seguidores nas redes sociais, influenciadora aceitou o desafio de se envolver com o futebol pela primeira vez

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