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Em um intervalo de 12 horas, Alejandro Domínguez, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), foi de herói a vilão na luta contra o racismo no futebol sul-americano. Na última segunda-feira (17), o dirigente usou o sorteio dos grupos das Copas Libertadores e Sul-Americana para fazer um belo discurso em português prometendo atuar junto aos governos dos dez países filiados à entidade para propor ações efetivas de combate ao racismo.
A declaração veio na esteira da péssima repercussão do caso envolvendo o jogador Luighi, do Palmeiras. Domínguez disse sentir a dor do atacante Sub-20 que foi hostilizado por torcedores do Cerro Porteño, do Paraguai.
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Pouco depois de prometer combater o racismo, Alejandro deu uma entrevista à imprensa. Em uma pergunta sobre a chance de os times brasileiros deixarem a Libertadores, como havia sugerido Leila Pereira, presidente do Palmeiras, o dirigente disse que isso seria como achar que o Tarzan viveria sem o chimpanzé Chita.
A estapafúrdia declaração revoltou ainda mais a opinião pública, dirigentes e autoridades políticas no Brasil. Em vez de falarmos sobre o possível combate ao racismo, novamente debatemos se realmente haverá um meio de erradicá-lo tendo um comando tão ultrapassado assim.
O caso evidencia o problema estrutural que existe no futebol da América do Sul e que não vai mudar da noite para o dia. Muito pelo contrário. É um processo que levará tempo. A boa notícia? Essa mudança já vem ocorrendo ao longo dos anos.
Neste próximo mês, a Máquina do Esporte completará 20 anos. Duas décadas em que vivenciamos imensas transformações na gestão e nos negócios do esporte, porém a passos lentos. E o que mais mostramos – e aprendemos – ao longo desse tempo, é que não existe como mudar o status quo de qualquer esporte sem, antes, qualificar a base da pirâmide.
Para erradicar o racismo da Conmebol, não se pode esperar que a mudança venha de um dirigente que não entende que é racista. Apenas a união dos clubes e do governo do Brasil forçará uma modificação nesse comportamento.
O Brasil é o maior país do continente e responde por quase 70% da receita da Conmebol, sem falar no histórico recente dentro de campo na Libertadores e na Sul-Americana. O país precisa fazer valer seu status econômico para exigir uma mudança.
Mas como esperar isso de um grupo de dirigentes que não está maduro o suficiente nem mesmo para se unir e organizar um campeonato sob um único grupo?
Falta, no ambiente do futebol brasileiro, o entendimento de que cada uma das classes representativas do ecossistema precisa se unir para fortalecer o negócio e desfazer o peso político das tomadas de decisão dos nossos principais executivos.
Esperar que a mudança no futebol venha de cima para baixo é uma crença tola. Nunca uma mudança de governo foi feita dessa forma. A pressão por mudanças no sistema sempre precisou vir de segmentos insatisfeitos com o status quo.
No ambiente político que rege o futebol, não teria motivo para isso ser diferente.
Nesta quarta-feira (19), Ednaldo Rodrigues deve ser referendado como candidato único para concorrer à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em uma eleição convocada às pressas por ele depois de Ronaldo Fenômeno anunciar que não recebeu apoio de federações estaduais para tentar se candidatar.
Como seria possível surgir um candidato de oposição se os clubes não conseguem se articular para organizar nem mesmo uma liga única que os represente comercial e politicamente na gestão do Campeonato Brasileiro?
Foi em 2020 que os times se rebelaram contra a CBF e prometeram se tornar organizadores das Séries A e B do futebol. Desde então, tanto Rogério Caboclo quanto Ednaldo Rodrigues deram aos presidentes dos clubes liberdade para eles fazerem isso. Hoje, os clubes dizem que, até 2027, devem conseguir finalmente ter o entendimento necessário para assumir esse controle político, mesmo sem ter uma união comercial, que é o princípio básico para uma liga funcionar.
A mudança só acontecerá de fato quando a gestão do dia a dia do futebol estiver pronta para colocar o negócio na frente do interesse político. Hoje, os dirigentes que comandam os clubes no Brasil estão mais qualificados, cercando-se de gente mais preparada e questionando mais as entidades máximas do futebol.
Mas, para a mudança de fato acontecer, ainda há muita resistência a ser quebrada. E ela só será alcançada depois que a base da pirâmide (atletas, clubes, dirigentes e mídia) estiver muito mais qualificada do que quem está no topo do comando.
Nenhuma revolução foi protagonizada por quem estava no poder. Não dá para esperar que, no futebol, isso vá acontecer.
Erich Beting é fundador e CEO da Máquina do Esporte, além de consultor, professor e palestrante sobre marketing esportivo
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Falta de união entre os clubes fortalece o sistema político e mina o negócio
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