Confira ainda:
- - Curso Técnico Avançado em Marketing de Afiliados para Jogos e Apostas Online
- - 11 aplicativos para acompanhar resultados e assistir futebol no seu celular
- - Trader Esportivo: Como ganhar dinheiro assistindo jogos de futebol
- - Monetizando com cassinos online através da Avante Network
- - O Manual Definitivo para Apostas em Futebol
Fundada em 2021, a partir da fusão de outras três empresas especializadas em comercialização e montagem de placas de publicidade em campos de futebol (Esportecom, Market Sport e Printac), a Brax Sports Assets experimentou uma rápida ascensão no mercado brasileiro.
Hoje a empresa domina a publicidade estática nos estádios e também negocia os direitos comerciais e de mídia de uma série de competições estaduais, regionais e nacionais.
Nesta semana, porém, a empresa viu-se diante de um problema sem precedentes. A relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das “Bets” no Senado, Soraya Thronicke (PODE/MS), pediu o indiciamento de Bruno Viana Rodrigues, um dos sócios da Brax.
A senadora alega que o empresário teria cometido os crimes de lavagem de dinheiro, participação em organização criminosa e exploração irregular de jogos de azar.

“As condutas analisadas apontam possível envolvimento da empresa em esquemas de lavagem de dinheiro, exploração irregular de jogos de azar e organização criminosa, tendo como elo operacional sua relação com a PayBrokers EFX Facilitadora de Pagamentos S.A., empresa com histórico de envolvimento em operações de apostas no exterior e investigações por lavagem de ativos e manipulação de resultados esportivos”, afirma o relatório de Soraya.
Bruno chegou a ser convocado a depor perante a CPI das “Bets”, criada no fim do ano passado, com o objetivo de apurar os impactos dos jogos de azar no orçamento das famílias. A oitiva deveria ter ocorrido no último dia 28 de maio, mas o empresário alegou que estava em viagem à Europa e retornaria apenas na próxima segunda-feira (16).
A relatora questiona repasses de mais de R$ 24 milhões feitos pela Brax à PayBrockers, entre outubro de 2023 e janeiro de 2024, seguidos do retorno de R$ 2.354.000, em dez transações. “A complexidade e circularidade dessas transações sugerem a prática de ‘layering’, uma das fases típicas da lavagem de dinheiro”, diz o documento.
Na visão da senadora, a “operação de R$ 24 milhões seguida por retornos fracionados se aproxima de um padrão de ‘esquentamento’ de ativos, estratégia frequentemente utilizada para legitimar recursos de origem ilícita por meio de relações contratuais simuladas ou desproporcionais”.
Sediada em Curitiba (PR), a PayBrockers atua como facilitadora de pagamentos e presta serviço a diversas casas de apostas. A relatora pede o indiciamento da empresa, pelos supostos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal e exploração ilegal de jogos de azar.
Empresa domina o futebol brasileiro
O nascimento e a ascensão da Brax ocorreram durante o mandato de Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF. O dirigente foi afastado do cargo neste ano, por determinação do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
Em 2022, quando Ednaldo dava as cartas na entidade máxima do futebol brasileiro, a empresa já havia fechado com acordos com 12 clubes que disputavam a Série A, para exploração da publicidade em estádios: América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Atlético-MG, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Fluminense, Goiás e Juventude.
A partir de então, sempre com apoio da CBF, a empresa conseguiu desbancar a Sport Promotion, sua concorrente no negócio das placas publicitárias do Brasileirão e que estava inadimplente com a entidade máxima do futebol. Foi essa falta de pagamentos aos clubes que também abriu caminho para a Brax abocanhar os contratos que eram da concorrente.
Em fevereiro de 2023, a Equipe Sport, criadora da Sport Promotion, entrou em processo de recuperação judicial, com dívidas de R$ 158 milhões. A empresa atribuiu sua derrocada financeira ao fim abrupto do contrato com a confederação e os clubes da Série A.
Enquanto isso, a Brax passou a dominar outras propriedades no futebol brasileiro, desbancando a Klefer, que detinha os direitos comerciais e de mídia da Copa do Brasil.
A LiveMode foi outra empresa afetada pelo avanço da Brax, que abocanhou os direitos de transmissão da Copa do Nordeste.
Em 2023, a Brax adquiriu os direitos de transmissão da Série B do Brasileirão, competição também realizada pela CBF. No ano passado, porém, esse acordo foi rompido.
Hoje, dos 20 clubes da Série A do Brasileirão, apenas o Palmeiras não possui contrato com a Brax para exploração das placas publicitárias. O Alviverde é parceiro da Sportshub, que pagará R$ 315 milhões à equipe pelo acordo, válido de 2025 a 2029.
Entre 2023 e 2024, a Brax realizou uma espécie de blitz para fechar com a quase totalidade dos principais clubes do país, em contratos de cinco anos de duração, válidos a partir de 2025.
O São Paulo, por exemplo, deverá faturar em torno de R$ 190 milhões, durante a vigência do contrato com a agência. Outros clubes como Cruzeiro e Botafogo irão ganhar um total de R$ 98 milhões, entre pagamentos anuais e luvas.
A maior dificuldade enfrentada pela agência envolvia Flamengo, Corinthians e Palmeiras, que optaram, inicialmente, por não fechar com a Brax, adotando o modelo de venda direta da publicidade nos estádios, durante o Brasileirão 2023.
Em 2024, enfim o Corinthians fechou com a agência pelo valor global de R$ 240 milhões (R$ 48 milhões anuais). Já o Flamengo chegou a um acordo de R$ 330 milhões no total (R$ 66 milhões ao ano).
Além dos 19 times da primeira divisão, a empresa é parceira de outros 20 na Série B do Brasileirão. Entre as marcas de apostas que possuem contrato com a Brax estão Betano, Superbet, Betnacional, 7k e BETesporte.
A Brax Sports Assets foi procurada pela reportagem, mas preferiu não se manifestar neste momento.
Outros possíveis indiciados
A relatora da CPI das “Bets” pede o indiciamento de 16 pessoas, entre elas a influenciadora digital e advogada Deolane Bezerra, pelos supostos crimes de estelionato, exploração não autorizada de jogos de azar, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa, juntamente de seus sócios na empresa de apostas Zeroum Bet.
Outra que teve pedido de indiciamento foi a influenciadora, ex-nora do cantor sertanejo Leonardo e apresentadora Virginia Fonseca, por estelionato e propaganda enganosa.
Na visão da senadora, o estelionato estaria na prática adotada pelas influenciadoras de “simular apostar valores altos quando, na verdade, utilizam contas simuladas, subsidiadas pelas próprias plataformas, com a intenção de induzir seguidores ao jogo com falsas promessas de ganho fácil”.

Conforme noticiou a Máquina do Esporte, a participação dos influenciadores na CPI, especialmente Virginia (ocorrida no último dia 13 de maio), acabou por se converter numa espécie de show, no qual senadores e servidores da Casa “tietaram” depoentes com mesuras e pedidos de selfies.
O senador Cleitinho (Republicanos/MG) chegou ao ponto de pedir, durante a oitiva, que Virginia gravasse uma mensagem direcionada à esposa e à filha.
Ao mesmo tempo em que ajudaram a investigação a “furar a bolha”, atraindo a atenção de setores da sociedade que estavam alheios ao debate sobre o tema “apostas”, os depoimentos geraram mal-estar na opinião pública, forçando os senadores a adotarem medidas mais firmes em relação às casas de apostas, cassinos online e aos próprios influencers.
De acordo com a Agência Senado, a relatora da CPI das “Bets” pede ainda os indiciamentos de:
. Adélia de Jesus Soares, advogada de Deolane e proprietária da Payflow Processadora de Pagamentos;
. Daniel Pardim Tavares Lima, pelas supostas práticas de falso testemunho, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa;
. Pâmela de Souza Drudi, influenciadora digital;
. O empresário de apostas Fernando Oliveira Lima, mais conhecido como Fernandinho OIG, assim como duas pessoas a ele vinculadas, pelos supostos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa;
. Marcus Vinícius Freire de Lima e Silva, empresário, pelos supostos crimes de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, exploração ilegal de jogos de azar, entre outros crimes;
. Jorge Barbosa Dias, proprietário da empresa MarjoSports, pelas supostas práticas de lavagem de dinheiro, participação em organização criminosa, sonegação fiscal e exploração ilegal de jogos de azar.
Próximos passos
O relatório de Soraya Thronicke ainda precisa ser votado e aprovado pela CPI, para que possa então ser encaminhado ao Ministério Público, à Polícia Federal e demais órgãos, para possíveis desdobramentos legais.
Além dos pedidos de indiciamento de empresários e influenciadores, o texto propõe endurecer as regras do setor, com destaque para a proibição de jogos de cassino online, caso do Fortune Tiger, mais conhecido como “Jogo do Tigrinho”. Por outro lado, a relatora defende que as apostas esportivas continuem a ser permitidas.
O documento de Soraya foi apresentado na reunião desta terça-feira (10), juntamente de um relatório alternativo elaborado pelo senador Izalci Lucas (PL/DF). A relatora da CPI declarou à imprensa que pretende incluir em seu texto sugestões apresentadas pelo colega.
Entre as propostas feitas por Izalci estão a obrigatoriedade de licitação para empresas que desejem atuar no segmento de apostas no país, a proibição da veiculação da publicidade do setor no período das 6h às 22h e a destinação de 10% da receita bruta dos contratos de publicidade firmados pelas bets para o Fundo Nacional de Saúde (FNS), que repassaria esses recursos para ações de tratamento ao vício em jogos.
O relatório não chegou a ser votado durante a reunião, devido a um pedido de vistas feito pelo senador Angelo Coronel (PSD/BA), que foi relator do projeto responsável por regulamentar o setor de apostas no Brasil.
CPIs, por definição, devem funcionar durante um prazo determinado. A das “Bets” teria de ser encerrada, no máximo, até o próximo sábado (14).
Ao acatar o pedido de vistas solicitado por Angelo Coronel, o presidente da CPI das “Bets”, senador Dr. Hiran (PP/PR), comprometeu-se a solicitar a Davi Alcolumbre (União/AP), presidente do Senado, a prorrogação dos trabalhos da Comissão.
Se o prazo não for estendido, a CPI teria de votar o relatório até sexta-feira (13), para que o documento pudesse produzir efeitos legais. Por outro lado, se a prorrogação vier, a discussão poderá ocorrer na próxima terça-feira (17).
Caso o relatório de Soraya venha a ser votado, a tendência é que seja aprovado, já que o clima político no Congresso hoje pende a favor de medidas mais duras em relação ao setor de apostas e cassinos online, sobretudo devido à proximidade do período eleitoral e aos estragos ocasionados pela dependência em jogos.
A postura do senador Cleitinho, citado acima por haver “tietado” Virginia, serve como um bom termômetro do momento atual.

O político mineiro usou a tribuna do Senado para se desculpar pelas atitudes tomadas durante o depoimento de Virgínia. Em sua justificativa, ele afirmou ser contra as “bets” (chamou-as de “porcarias”) e alegou que pediu para a influencer gravar a mensagem como forma de atender a um pedido da filha, compensando assim o fato de haver sido um “pai ausente” por conta da política.
Vale lembrar que, no fim de maio, o mesmo Senado, pressionado pela péssima repercussão dos depoimentos dos influenciadores, aprovou sem dificuldades o projeto de lei que restringe a publicidade das casas de apostas e cassinos online.
O texto ainda precisa ser votado pela Câmara dos Deputados e depois sancionado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para entrar em vigor.
O post Relatora da CPI das “Bets” associa Brax a lavagem de dinheiro apareceu primeiro em Máquina do Esporte.
Documento, que deve ser votado nos próximos dias, pede o indiciamento de Bruno Viana Rodrigues, um dos sócios da empresa
O post Relatora da CPI das “Bets” associa Brax a lavagem de dinheiro apareceu primeiro em Máquina do Esporte.
Participe da IGI Expo 2025: https://igi-expo.com/