Uma experiência de usuário (UX/UI) eficiente pode fazer a diferença entre conversão e frustração. Muitas casas de apostas esportivas ainda enfrentam interfaces sobrecarregadas, navegação confusa e excesso de informações, e uma UX/UI otimizada pode simplificar a jornada do jogador, aumentar a retenção e melhorar a aquisição de afiliados.
Mas será que os operadores estão afastando os jogadores involuntariamente com opções de design ultrapassadas?
Essa foi uma das muitas perguntas abordadas durante o painel UX & UI in Sports Betting – Is the Interface Holding Players Back?, realizado no SBC Summit 2025 em Lisboa e reportado pelo SBC Noticias. Participaram da discussão Anders Karlsen, CEO e cofundador do Sisu Group; Arvids Rasa, chefe da plataforma de apostas esportivas do Neo Group; Nikola Lero, chefe de Cassino e Esportes da Gentoo Media; Malcolm Graham, CEO da Matchbook; James Watson, diretor de Produto da Kwiff; e Jon Russell, assessor sênior da IC360.
O primeiro a falar foi Rasa, que afirmou enfaticamente que as plataformas das casas de apostas esportivas são, pura e simplesmente, “ruins”. Segundo ele, as interfaces são antiquadas e nada divertidas para os clientes.
“É por isso que as pessoas têm migrado para verticais como o cassino online nos últimos anos”, acrescentou.
Rasa explicou que isso ocorre porque a maioria dos executivos que trabalha no mercado de apostas esportivas tem mais de quarenta anos e não possui o conhecimento necessário sobre o que uma boa UX/UI deve ser.
Sobre o tema, Watson observou que “uma boa interface deve ser funcional e cumprir um propósito, mas as pessoas capazes de desenvolver excelentes designs não estão apresentando nada novo — apenas observam outros produtos existentes e os replicam”.
Russell complementou: “A tensão entre inovação, usabilidade e proteção é uma das questões mais importantes para a indústria neste momento. As obrigações de compliance e a complexidade do produto frequentemente adicionam fricção. As marcas que priorizarem a usabilidade sairão na frente, transformando visitantes ocasionais em clientes fiéis por meio de experiências intuitivas e fluidas”.
Graham destacou que sua empresa busca tornar o processo de onboarding o mais rápido e simples possível, já que entre 60% e 70% das desistências ocorrem nessa etapa. Segundo ele, melhorar esses números em apenas 5% ou 10% já teria um grande impacto no lifetime value dos usuários.
O CEO da Matchbook afirmou ainda que o ideal é oferecer uma experiência simples ao jogador, embora isso traga desafios: “Não estou sugerindo oferecer uma interface personalizada para cada usuário, mas podemos dar opções sobre quantos dados eles querem ver na tela, permitindo que construam sua própria visão da plataforma”.
Compartilhando a experiência de sua empresa, Karlsen explicou que o Sisu Group desenvolve sua própria tecnologia para a plataforma, o que permite se diferenciar da concorrência e lançar novas funcionalidades com muito mais agilidade.
Por outro lado, Lero, da Gentoo Media, destacou, do ponto de vista de um site afiliado, as estratégias mais eficazes para conversões: “Tivemos muito sucesso em campanhas colaborativas, especialmente quando as plataformas nos oferecem bônus exclusivos. Funciona perfeitamente quando nos ouvem sobre como estruturar o processo de resgate de códigos, pois conseguimos apresentar todas as informações sobre termos e condições de forma clara. Assim, os jogadores nunca reclamam”.
Os desafios da personalização em UX e UI
Em seguida, o debate se voltou à personalização — uma promessa comum nas plataformas de apostas esportivas, mas raramente cumprida.
“Lembro de ter conversas há mais de 20 anos sobre desenvolver interfaces no estilo da Amazon para os sites dos operadores, e até hoje não vi nada parecido”, disse Russell, da IC360.
Graham reforçou que “tudo se resume aos dados”. Segundo ele, os operadores têm informações detalhadas sobre os usuários — em que gostam de apostar, em quais horários, com quais cotações —, portanto, personalizar a experiência não deveria ser tão difícil. A chave, porém, está na execução.
Rasa concordou, dizendo que os operadores já têm os dados e que não é complicado aplicá-los no front-end.
“Eles gastam muito tempo se preocupando com quantos cliques um jogador precisa para fazer uma aposta, mas não pensam em quantos cliques o cliente dá até chegar ao evento em que realmente quer apostar”, afirmou.
Watson concluiu que é essencial diferenciar os perfis de apostadores: “Um jogador experiente pode lidar com uma interface cheia de informações, mas os novatos não. Eles não querem uma tela confusa, não se interessam por apostas múltiplas nem por nada complicado”.
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Uma experiência de usuário (UX/UI) eficiente pode fazer a diferença entre conversão e frustração. Muitas casas de apostas esportivas ainda enfrentam interfaces sobrecarregadas, navegação confusa e excesso de informações, e
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