Imagens potentes e capazes de ofuscar a Fórmula 1

O fim de semana do esporte a motor promete. E promete tanto que a Fórmula 1 no Canadá nem é o principal atrativo desta vez.

Sim, é verdade que a temporada da categoria rainha empolga pelo domínio da McLaren sem eleição de um piloto prioritário, Max Verstappen indo além do limite da pilotagem e do espírito esportivo com uma Red Bull limitada, Lewis Hamilton batendo cabeça com seu engenheiro na Ferrari, Gabriel Bortoleto evoluindo atrás dos primeiros pontos e a “hinchada” argentina causando nas mídias sociais em defesa de Franco Colapinto.

Mas é o fim de semana da maior prova de endurance do planeta, as 24 Horas de Le Mans. Para quem gosta de esporte a motor, é um autêntico banquete. E com chance de o Brasil ganhar na cabeça pela primeira vez na história, com Felipe Nasr em um dos Porsches preparados pela Penske. O piloto brasiliense já venceu as 24 Horas de Daytona e as 12 Horas de Sebring no ano, gabaritando as principais corridas longas dos Estados Unidos. Se triunfar em Le Mans, escreverá seu nome no panteão dos grandes do esporte a motor brasileiro em todos os tempos.

Outros sete brasileiros estão inscritos na mítica corrida em La Sarthe. Os mais conhecidos do grande públicos são Daniel Serra, bicampeão da prova em classes de GT, e Dudu Barrichello, que fará sua estreia na mesma categoria. Felipe Drugovich está inscrito em um hypercar, assim como Nasr, mas pode ser chamado a Montreal para substituir Lance Stroll no Grande Prêmio de F1.

Mesmo na América do Norte, não é na cidade canadense que está o foco principal das corridas no fim de semana.

Na contramão do que o Governo Trump tem feito com os imigrantes, vide as tropas da Guarda Nacional na Califórnia, a Nascar cruza a fronteira do México para competir com suas duas categorias principais no Autódromo Hermanos Rodriguez. São 37 carros inscritos na Cup e mais 39 na prova da Xfinity Series. Vale lembrar que a categoria principal nunca correu no México, enquanto a Xfinity o fez pela última vez há 17 anos.

É mais uma medida de impacto na salutar internacionalização da categoria, um movimento que tem reflexos inclusive no Brasil, com a Nascar Brasil crescendo bastante em relevância, pilotos brasileiros voltando a andar nos ovais americanos (Gabriel Casagrande ganhou corrida na Flórida em uma das divisões regionais da Nascar neste ano) e executivos cogitando uma prova de séries nacionais da Nascar em São Paulo.

Nos dias de mídia que antecedem os grandes eventos da semana, tenho dúvida se a imagem mais impactante será a dos pilotos de Le Mans na reta principal em torno do troféu ou dos caminhões da Nascar na fronteira entre EUA e México.

São cenas que mostram a pujança do esporte a motor, capazes de ofuscar a F1 no Canadá.

Nesse mesmo sentido de mostrar que há vida, e muito feliz nas pistas fora do cenário da F1, chamo atenção para a campanha do brasileiro Caio Collet na Indy NXT.

Destaque no kartismo nacional e internacional e ex-integrante do projeto de desenvolvimento de talentos da Renault, Collet está desde o ano passado no programa Road to Indy. Ele foi o “rookie of the year” (“calouro do ano”, em tradução livre) da Indy NXT em 2024 e agora luta pelo título para subir à Indycar. O brasileiro é terceiro no campeonato e iniciará neste fim de semana a fase de ovais do campeonato, que terminará no fim de agosto.

Há conversas em curso com equipes da Indy e, se conseguir um pacote competitivo para andar em 2026, depois de algumas temporadas, o Brasil terá representantes tanto na F1 quanto na Indy.  

Luis Ferrari é sócio-fundador da Ferrari Promo, agência-boutique com ênfase no mercado do esporte a motor, e possui formações em Jornalismo e Direito, extensão universitária em Marketing e pós-graduação em Jornalismo Literário, além de ser empresário de relações públicas

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Com a disputa das 24 Horas de Le Mans e a presença da Nascar no México, esporte a motor mostra força suficiente para deixar a atenção pela categoria rainha “ofuscada”
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