A República Democrática do Congo solicitou que Arsenal, Bayern de Munique e Paris Saint-Germain encerrassem os acordo de patrocínios com a Visit Rwanda, que está atrelada ao Governo de Ruanda.

O pedido acontece após um grupo rebelde apoiado por Ruanda, chamado M23, invadir Goma, maior cidade no leste da República Democrática do Congo. A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que mais de 700 pessoas foram mortas nos combates até o momento, enquanto 2.800 ficaram feridas.

Diante disso, a Ministra de Relações Exteriores da República Democrática do Congo, Thérèse Kayikwamba Wagner, escreveu um comunicado para Arsenal, Bayern e PSG solicitando que abandonassem os “acordos de patrocínio manchados de sangue”.

A Ministra acusa o Governo ruandês de apoiar grupos rebeldes que estão invadindo a República Democrática do Congo e, mais do que isso, se envolvendo em “estupros, assassinatos e roubos”.

Segundo Thérèse Kayikwamba Wagner, os patrocínios poderiam estar sendo financiados a partir da mineração ilícita realizada nas regiões ocupadas pelos rebeldes na República Democrática do Congo. 

Acordos controversos

As parcerias da Visit Rwanda com gigantes do futebol europeu são vistas como controvérsias desde o anúncio. O Governo do país, que convive com altos níveis de pobreza e depende de ajudas humanitárias, tem investido milhões de euros nas equipes como parte de uma suposta estratégia para fomentar o turismo internacional.

O Arsenal foi o primeiro a ser patrocinado pela Rwanda Development Board (Conselho de Desenvolvimento de Ruanda, em português), instituição governamental encarregada de acelerar o desenvolvimento econômico do país africano.

Os Gunners fecharam com o órgão em 2018, com exposição nas mangas das camisas. Em 2021, as partes assinaram uma expansão de quatro anos avaliada em £ 40 milhões.

O Bayern de Munique, por sua vez, passou a ser patrocinado pela Rwanda Development Board no segundo semestre de 2023. Na época, Jan-Christian Dreesen, presidente-executivo da equipe alemã, teve que defender a parceria de acusações de sportswashing.

O Paris Saint-Germain possui um acordo com Ruanda válido até o final da temporada 2024/2025. O logo da Visit Rwanda é exposto nas costas dos uniformes pré-jogo e de treino do clube francês.

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República Democrática do Congo apelou para que clubes encerrem acordo em meio à crise humanitária e invasão de Ruanda
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